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Professores afirmam que greve exige também melhor qualidade no ensino

10 de Maio de 2012, às 10:00

Por G1/BA

Os professoes da rede estadual de ensino entendem que há como repor as aulas suspensas pela greve da categoria, que completa 29 dias nesta quarta-feira (9) em toda a Bahia. Mas, para eles, o importante de se discutir é a qualidade da educação no estado.

 

 

A professora Graciene Nunes é uma das que compartilham dessa opinião. "Os 200 dias letivos hoje existem, mas eu sou de uma época em que tinham 180 dias letivos. Nós sabemos muito bem que, quando nós retornarmos, se tivermos o tempo hábil necessário faremos um novo planejamento de todos os programas e conteúdo e isso [prejuízo] pode ser vencido", avalia.

A professora Silvana Santos sinaliza que não é a primeira vez que é realizada uma greve. "O que faz valer é a qualidade do ensino. Poderia ser 300 dias letivos, mas, se não tiver qualidade, a gente não chega em lugar nenhum", pontua.

A colega Zenaide Barbosa acredita que, além do conteúdo disciplinar, é importante ampliar o entendimento sobre o contexto social repassado ao alunado. "Eles têm de ter visão geral de cidadania, política e isso nós podemos repor. Eu trabalho em uma escola que tem educação profissional e nós não temos nada. Vamos formar meninos agora sem estágio, biblioteca, não tem a mínima condição. Então nós lutamos pelo reajuste salarial, mas também pela qualidade da educação. Essa educação conteudística é do século passado", opina. (Confira depoimentos de mais professores no vídeo acima).

A greve foi iniciada no dia 11 de abril, antes do encerramento da primeira unidade. A categoria quer o cumprimento do acordo feito com o governo do estado de reajuste salarial de 22,22% para toda a categoria. O governo, no entanto, afirma que irá seguir o projeto que enviou e foiaprovado pela Assembleia Legislativa: reajuste de 6,5% para todos os professores (assim como para os servidores estaduais) e 22% apenas para aqueles que dão aulas no ensino médio. A greve atinge mais de um milhão de alunos na capital e no interior. Eles fizerampasseata no centro da capital baiana na manhã desta quarta.

Os alunos da rede pública da Bahia, por outro lado, acreditam que sofrerão prejuízos diretos com a suspensão das aulas. (Veja no vídeo ao lado).  "Fico em casa sem fazer nada, na internet, indo para a rua, pensando besteira. Por exemplo, quando eu estava estudando ficava menos tempo na internet", afirma Nathália Raíssa, da 7ª série. Danielle de Santana, aluna da 8° série, acredita que o conteúdo não será repassado com a mesma rotina quando ocorrer o retorno das aulas. "Os professores vão acelerar demais, pular muitas coisas", afirma.

Lorena Guimarães, aluna do 3° ano do ensino médio, quer prestar vestibular para biomedicina e estima prejuízo principalmente na disciplina que considera mais importante no processo seletivo, matemática. "Sem o estímulo dos professores fica meio difícil aprender tudo o que eu preciso. No Enem, tem ainda redação, português, fica difícil para a gente aprender sem eles, sem os professores. Não tem como recuperar, mesmo com o calendário de reposição, porque no fim de semana, em casa, estudando, fica difícil, a gente fica disperso", avalia.

A dona de casa Nausilene Barbosa conta que tenta estimular o contato do filho com os livros para ele não perder a rotina dos estudos. "Lembro que ele foi na segunda, depois disse que não ia ter aula nem terça nem quarta, por conta de uma reunião. Já estamos caminhando para um mês de greve e meu filho em casa, só fica na internet, eu reclamando com ele, passando as continhas, vendo se está certo ou não. E ele diz: 'mas mainha, não tem professor para corrigir'. E eu digo: 'eu sou sua professora", relata. 

Movimento grevista
A categoria realizou um café-da-manhã coletivo na segunda-feira (7) com frutas e mingau, em Salvador. Os professores aguardam um parecer do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que deve julgar um mandado de segurança em que a categoria pede o pagamento dos salários do mês de abril. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), os cortes na folha vão de 30 a 100%.

Os professores disseram que encaminharam ao Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, uma carta aberta relatando a greve na Bahia. O documento também foi entregue ao Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, convidado a intermediar as negociações junto ao governo do estado.

Na quinta-feira (3), os professores se reuniram na Praça da Piedade, em Salvador, e realizaram a "Feira da Sobrevivência", com 15 barracas que vendiam frutas, legumes e verduras doados por feirantes de São Joaquim.

Reivindicações
Os professores querem reajuste de 22,22% no piso nacional. Eles alegam que o governo fez acordo com a categoria, em novembro do ano passado, que garantia os valores do piso nacional, e depois ignorou o acordo mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia 25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio.

A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o ponto dos grevistas foi cortado. O departamento jurídico do sindicato da categoria (APLB) deu entrada em uma ação com pedido de liminar à Justiça na tentativa de derrubar a ordem que impõe multa diária de R$ 50 mil até encerramento da greve. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Rui Oliveira, com o corte dos salários, os professores não vão repor as aulas perdidas durante a paralisação. O Ministério Público fez uma reunião no dia 24 de abril e se colocou à disposição para mediar o impasse entre a categoria e o governo.

 
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