Sabesp consegue aumento maior, e tarifas subirão 15,24%
Reajuste é o 2º em 6 meses e começa a valer em 30 dias; índice é superior aos 13,9% inicialmente propostos por agência
A Sabesp poderá elevar suas tarifas em 15,24%, o que deve ocorrer em cerca de 30 dias. O aumento inclui a correção anual, mas também visa a compensar as perdas causadas pela crise hídrica, pela alta dos custos da energia e pelo adiamento do reajuste do ano passado, autorizado antes e aplicado depois da reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O índice de 15,24% é menor do que os 22,7% solicitados pela Sabesp, mas maior que os 13,9% que inicialmente haviam sido propostos pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), responsável por autorizar os reajustes.
De acordo com a Arsesp, 0,5575% do índice aprovado decorre de mais uma compensação adiamento do reajuste do ano passado. Aprovado em maio com o percentual de 5,4%, ele só foi aplicado em dezembro pela companhia, já com uma compensação inicial que o levou a 6,5%. Alckmin, cujo governo controla a empresa, se reelegeu em outubro.
“Nós estávamos implantando o bônus [para quem reduzir o consumo], a crise estava no auge e achamos que íamos dar uma sinalização ambígua”, justificou o superintendente da Sabesp José Sylvio Xavier, responsável por divulgar o novo índice de reajuste pedido durante audiência pública realizada pela Arsesp em abril deste ano.
Outros 6,9154% dos 15,24% foram concedidos para compensar o impacto da crise hídrica e do aumento das tarifas de energia elétrica. A falta de chuvas levou a um racionamento de água que reduziu de 70 para 53 mil litros por segundo o volume de água consumido na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), de onde a Sabesp tira boa parte de seu lucro entre janeiro de 2013 e janeiro de 2015.
A crise fez o lucro da Sabesp cair 53% em 2014 em relação a 2013. Esse foi o percentual de recuo nos juros e dividendos pagos aos acionistas da empresa – o maior deles é o Estado de São Paulo -, que caíram para R$ 252,3 milhões. Os investimentos da empresa também saíram prejudicados. O volume de recursos aplicados em coleta de esgoto em 2015 será de R$ 843 milhões, ante R$ 1,9 bilhão de 2014.
Os 7,7875% faltantes para completar os R$ 15,24% são referentes à inflação de março de 2014 a março de 2015, já descontado 0,9386% referentes ao repasse, ao consumidor, do ganho de eficiência da companhia no período.
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Por Último Segundo