Pelo time, Zanetti vai além das argolas na disputa em Toronto: ”Mais nervoso”
Campeão olímpico das argolas também fará provas de solo e salto para ajudar o time, e técnico explica que é preciso estar enquadrado. Ouro no Pan é uma meta pessoal
Uma medalha de ouro das argolas nos Jogos Pan-Americanos representaria o risco que falta em um quadro de metas de Arthur Zanetti. Prata em 2011, o campeão olímpico e mundial da prova chega como favorito na disputa do aparelho. Mas engana-se quem acha que esse é o único e principal alvo do brasileiro em Toronto. Quem assistir a disputa, que começa neste sábado, verá um Zanetti fazendo mais. Pela equipe de seu país, Arthur participará das disputas de solo e no salto.
A explicação é direta. A comissão técnica valorizou atletas que são generalistas, ou seja, obtêm bom desempenho em ao menos três dos seis aparelhos do masculino. Além de brigar pelo ouro por equipes no Pan, a ideia é preparar o time para o Mundial de Glasgow, em outubro, quando buscam uma vaga entre as equipes que estarão na disputa conjunta nos Jogos Olímpicos de 2016. Logo, a união de forças é fundamental. E, sem lugar cativo, até o campeão olímpico precisa entrar nessa roda.
– Se o Arthur (Zanetti) não fizer solo e salto, não vai entrar na equipe. Tem que se enquadrar. Qualquer atleta enquadrado na equipe hoje têm que contribuir para o time. Não adianta ser campeão olímpico em um aparelho e não contribuir em outros. Por isso ele está no time, porque contribui – disse o técnico Marcos Goto.
Em Guadalajara 2011, Zanetti subiu ao topo do pódio. E foi justamente na disputa por equipes, quando ajudou em um ouro que foi inédito para a ginástica masculina. Reconhece, sim, que a prioridade no momento é o time como um todo. Mas quer – muito – mais uma medalha dourada individual para sua estante.
– É a única medalha que falta: ouro nos Jogos Pan-americanos. O objetivo principal mesmo é ter um bom resultado por equipes. E aí, com certeza, cada um vai querer buscar seu resultado individual. Eu com certeza quero buscar esse título que ainda não tenho – conta Zanetti.
A seleção masculina de ginástica conseguiu um resultado expressivo no Mundial do ano passado, na China. O sexto lugar por equipes foi muito celebrado. Em Toronto, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) manteve o rumo em sua convocação. Além de Zanetti, o Brasil terá Arthur Nory, Caio Souza, Francisco Barretto e Lucas Bitencourt – Petrix Barbosa será o reserva. A ausência de Diego Hypolito, lesionado, já estava prevista. Sergio Sasaki também segue se recuperando de uma cirurgia e deve retornar para o Mundial, em Glasgow, em outubro.
Zanetti revela que realiza séries de solo e salto há um bom tempo, mesmo não sendo a sua especialidade. Apesar de toda a experiência adquirida, reconhece que entra mais nervoso nos dois aparelhos. Ele quer somar o quando puder com as outras apresentações.
– São aparelhos que eu já faço há bastante tempo, mas não são minha especialidade. Então acabo entrando um pouquinho mais nervoso. Mas o objetivo mesmo é ir bem nas argolas. No solo e salto, sempre tentando buscar o melhor desempenho possível.
Referência do Brasil
Na edição dos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, o ouro nas argolas foi do americano Brandon Wynn. Naquele mesmo ano, o brasileiro foi prata no Mundial. O dourado do topo do pódio, no entanto, veio no momento mais especial, nos Jogos de Londres do ano seguinte. Sem nomes como Cielo e sem a presença de todas as estrelas do vôlei feminino, Zanetti se apresenta em Toronto como um dos poucos campeões olímpicos da delegação brasileira (em esportes individuais, ao lado do velejador Robert Scheidt). A responsabilidade é reconhecida.
– Acho que é uma responsabilidade muito grande. A gente sabe que o vôlei tem uma tradição maravilhosa, o Cielo também. É só fazer minha parte. Também não posso deixar me abalar com esse festival. Simplesmente entrar tranquilo, como venho fazendo em todas as competições – completa.
Além de Arthur Zanetti em três provas, a disputa deste sábado terá Caio Souza e Lucas Bitencourt em todos os seis aparelhos. Arthur Nory fará as provas de solo, cavalo com alças, salto, barra fixa e paralelas. Francisco Barreto, por sua vez, estará no cavalo, argolas, paralelas e fixa.
A qualificatória e a competição por equipes masculina começa às 15h45 (de Brasília). O GloboEsporte.com acompanha tudo em Tempo Real. No domingo, a vez das mulheres entrarem em ação. As finais individuais serão entre segunda e quarta-feira.
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Por Globo Esporte.com