Carnaval do Pelô homenageia Tropicalismo com show de Gil e Capinam
Várias gerações de baianos e turistas voltaram ao final dos anos 60 ontem (24), no Largo do Pelourinho, onde um palco foi montado pelo Governo do Estado para, neste Carnaval, homenagear os 50 anos de Tropicalismo. O governador Rui Costa, que assistiu aos shows da sacada do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) acompanhado da primeira-dama Aline Peixoto, exaltou a diversidade cultural do Carnaval do Pelourinho.
“Aqui, independente de qual seja o gosto musical, o folião vai se encontrar. Aqui as pessoas se encontram no seu ritmo, na sua forma de curtir o carnaval, seja pra dançar, ou pra assistir um show”, comentou o governador, que acrescentou que vê mudanças no carnaval. “Acredito que estamos vivendo uma transformação, não sei se exatamente voltando às origens do carnaval ou se algo vai se reinventar, mas a gente percebe essa mudança, neste momento em que os trios sem corda ganham a força do carnaval de rua”, afirmou.
Gilberto Gil, Capinam e Caetano Veloso, que fez participação surpresa nos shows, tocaram grandes sucessos do período tropicalista, como Soy Loco por ti América e Alegria Alegria, emocionando milhares de pessoas no Largo do Pelourinho. Caetano acredita que o carnaval da Bahia encorajou o surgimento do movimento tropicalista. “não haveria Tropicalismo se não tivesse havido o trio elétrico. A canção Atrás do Trio Elétrico, uma das primeiras que fiz no Tropicalismo, foi feita por causa do carnaval da Bahia e encorajou o uso da guitarra elétrica fora e dentro do carnaval”, afirmou.
Tropicália
O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968. Seus participantes formaram um grande coletivo, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações da cantora Gal Costa e do cantor-compositor Tom Zé, da banda Mutantes, e do maestro Rogério Duprat. A cantora Nara Leão e os letristas José Carlos Capinan e Torquatro Neto completaram o grupo, que teve também o artista gráfico, compositor e poeta Rogério Duarte como um de seus principais mentores intelectuais.
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Por Secom/BA