Dupla alemã faz apresentação próxima da perfeição, quebra recorde olímpico na rotina livre e leva o ouro em PyeongChang

Aljona Savchenko e Bruno Massot somam 235,90 com as duas apresentações e conquistam o título que faltava à experiente patinadora. Prata ficou com a China e o bronze, com o Canadá
O abraço e o choro deitados na pista de patinação no gelo da Arena de Gangneung, na Coreia do Sul, eram indicativos de que algo impressionante havia acabado de ocorrer. Aljona Savchenko e Bruno Massot tinham exata noção do que haviam protagonizado na rotina livre da competição em pares nos Jogos Olímpicos de PyeongChang.
Momentos depois, sentados na área destinada aos atletas e comissão técnica para a revelação das notas, a confirmação. Os 159.31 pontos da apresentação tornaram-se imediatamente novo recorde olímpico e mundial da rotina livre. Mais do que isso. Foram suficientes para transformar o quarto lugar parcial da dupla alemã do dia anterior, obtido no programa curto, na medalha de ouro que faltava para o currículo inquestionável da ucraniana que se naturalizou alemã em 2006.
“Mesmo com o quarto lugar no primeiro dia, eu estava confiante. Eu disse para o Bruno: ‘Nós vamos fazer história hoje’. E tudo ocorreu como imaginei. Finalmente esse ouro se tornou verdade. Nós celebramos a virada do ano juntos e dissemos: 2018 será o nosso ano. E aconteceu”, afirmou Aljona Savchenko.
O somatório de 235,90 pontos levando em conta os dois dias permitiu que o casal europeu superasse nos milésimos a dupla chinesa Sui Wenjing e Han Cong. Atuais campeões mundiais, os asiáticos haviam sido os melhores no programa curto, mas falharam em alguns movimentos na rotina livre e acumularam 235,47 pontos. O bronze foi para a dupla canadense formada por Meagan Duhamel e Eric Radford: 230,15.
Aljona já tinha no currículo quatro campeonatos europeus, cinco conquistas da final do Grand Prix e cinco títulos mundiais, além de dois bronzes olímpicos (em Vancouver, 2010, e Sochi, 2014). Aos 34 anos, contudo, muitos já não a apontavam como favorita. Os pares chineses, da Rússia e do Canadá estavam no topo das apostas para o pódio em PyeongChang.
Parceiro de Aljona desde 2014, Bruno Massot é outro que adicionou ao passaporte a estampa alemã recentemente. Francês de origem, ele obteve a cidadania em novembro de 2017. Aos 29 anos, já havia batido na trave ao lado de Aljona uma vez no Mundial de 2017 (foi prata, superado exatamente pela dupla chinesa) e duas vezes no Campeonato Europeu, em 2016 e 2017, também prata.
A rotina livre do casal, repleta de movimentos acrobáticos bem sucedidos, de levantamentos de alto grau de dificuldade e de uma sincronia de movimentos corporais impressionante, foi embalada por La Terre vue du ciel, de Armand Amar.
“Hoje quando acordei, estava me sentindo muito bem. O treino foi bom e quando chegou a hora da competição tivemos aquele sentimento de que era nossa hora de lutar. Eu tinha a medalha de ouro na mente. Saí da rotina curta pensando que não queria que a Savchenko voltasse com outro bronze. Ela merecia o ouro. Mesmo assim, é inacreditável sair de quarto lugar para primeiro”, disse Massot, que havia errado em uma das aterrissagens num salto triplo no primeiro dia de competição.
Por Rede do Esporte