O secretário de Futebol e do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento, defendeu nesta segunda-feira mudanças nas atuais regras de direitos econômicos dos jogadores de futebol no Brasil. A proposta do governo é reduzir a participação dos empresários e fortalecer os clubes. A ideia foi apresentada pelo secretário após reunião entre a presidente Dilma Rousseff e representantes do Bom Senso FC, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Atualmente, as regras permitem que agentes e empresas possam deter os direitos econômicos dos atletas. Nos últimos anos, a tendência vem sendo a diminuição do vínculo dos jogadores com os clubes e o aumento da participação dos empresários, que em muitos casos são donos da maior parte dos direitos dos atletas e conduzem as negociações.
- O governo tem uma preocupação com a atuação dos empresários. No futebol, crianças de 14 anos estão sendo aliciadas por empresários. No momento em que o governo federal, com o refinanciamento das dívidas dos clubes, irá fortalecer os clubes, é hora de não fortalecer os empresários - afirmou o secretário.
De acordo com Toninho, o governo vai encomendar um estudo que deve ficar pronto dentro em até quatro meses para avaliar o impacto dos empresários no futebol brasileiro. A partir dos resultados, o governo deverá apresentar propostas de mudança. Ainda segundo o secretário, devem ser usados como referência modelos de alguns países como Polônia, Inglaterra e França, onde foram feitas reduções drásticas na participação dos empresários nos direitos dos atletas.
- É preciso saber se estas relações estão corretas, e nós achamos que não. Esperamos que a proposta seja fechada nos próximos quatro meses, mas é uma questão que dá para se discutir, mas acho que do jeito que está não faz sentido – concluiu o secretário.
Segundo o diretor-executivo do Bom Senso FC, Ricardo Borges Martins, a questão da participação dos empresários no futebol também vem sendo discutida dentro do movimento, mas ainda não há uma posição definida sobre o tema.
- Já debatemos em relação a isso, mas não existe um consenso para que possamos dizer que é uma bandeira defendida pelo Bom Senso. Estamos atentos à questão.
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Por Globoesporte
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