Brasil bate Venezuela e tem bom início na trilha rumo à Copa do Mundo de basquete
Com um duplo-duplo, Anderson Varejão foi o destaque na segunda vitória da equipe nacional nas eliminatórias
Com uma atuação coletiva mais consistente do que a mostrada contra o Chile, na estreia, a Seleção Brasileira masculina de basquete, comandada pelo técnico Aleksandar Petrovic, dominou a Venezuela do início ao fim na noite da segunda-feira (27.11) em partida disputada na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro. O time da casa venceu por 72 x 60 (39 x 20 no primeiro quarto) e lidera o Grupo B das Américas na caminhada rumo a uma vaga na Copa do Mundo da China, em 2019.
Em grande forma física novamente, Anderson Varejão comandou o time no início do duelo e abriu as portas para o triunfo brasileiro.
O primeiro quarto foi todo do Brasil. Liderado por Varejão, que com 10 pontos e sete rebotes ficou perto de um duplo-duplo já no primeiro período, a Seleção não deu chance para o quinteto venezuelano. Sem Gregory Vargas, Ruiz e Cubillán, armador do Flamengo, os visitantes erravam demais, não conseguiam parar o sistema ofensivo dos brasileiros e viram os donos da casa fecharem os 10 minutos iniciais vencendo por 19 x 7.
Como na estreia diante do Chile, na primeira partida, quando os brasileiros estrearam bem nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2019 com vitória por 86 x 73, em jogo disputado em Osorno, no Chile, o técnico Petrovic trocou por atacado e o Brasil foi para o segundo período apenas com Benite dos titulares em quadra.
Com Fischer, Léo Meindl, Rafael Hettsheimeir e Lucas Mariano em quadra, a Seleção seguiu com o jogo nas mãos e manteve a diferença de 12 pontos. A Venezuela, por sua vez, continuava abusando dos arremessos errados, enquanto o Brasil continuava implacável. Com Yago em quadra, os donos da casa aumentaram o ritmo, fizeram 8 x 4 nos dois minutos finais e foram para o intervalo com uma diferença de 19 pontos.
O Brasil voltou diferente para o segundo tempo. Com Yago e Léo Meindl nos lugares de Fúlvio e Benite, respectivamente, a Seleção sufocou os visitantes nos primeiros três minutos, fez 9 x 4 e aumentou sua vantagem para 24 pontos. A seis minutos do fim do terceiro quarto, Anderson Varejão virou o joelho numa queda, deu um susto no banco brasileiro e foi substituído por Lucas Mariano.
O time sentiu a saída de seu principal jogador. Em pouco mais de dois minutos, a Venezuela fez nove pontos seguidos e diminuiu o prejuízo para 15 pontos. Petrovic parou o jogo. O pedido de tempo surtiu efeito e a diferença pulou para 18 pontos com duas boas jogadas de Lucas Mariano. O Brasil, no entanto, oscilava e os venezuelanos se aproveitaram para diminuir o prejuízo, que chegou a ser de 24 pontos, para apenas 12.
Com Varejão e Fúlvio de volta, o Brasil abriu o quarto período com uma bola de três de Benite. Mas a Venezuela não se entregava. Com a pontaria calibrada nas bolas de três, os visitantes diminuíram para apenas oito pontos a seis minutos para o fim. Quando parecia que o jogo ficaria perigoso, Hettsheimeir acertou uma bola de três a dois minutos do fim para aumentar a vantagem para 16 pontos e tranquilizar o torcedor que compareceu em bom número à Arena Carioca 1. Nos minutos finais, a seleção só teve que administrar o tempo para garantir a vitória por 72 x 60.
“É só o começo. Ainda tem muita coisa para melhorar, muitos jogadores novos e o time ainda precisa pegar ritmo. Tivemos muito pouco tempo de treino. O time está melhorando aos poucos, mas é um grupo firme, que vai jogar com intensidade”, ressaltou o ala-armador Benite.
O ala Léo Meindl, de Franca, também gostou do resultado. “O jogo foi bom, fizemos boas defesas, tirando o terceiro quarto, quando levamos 26 pontos. Estreia em casa sempre tem um pouco de ansiedade, mas a Venezuela conseguiu apenas 60 pontos e isso foi importante para que saíssemos com a vitória. Fizemos o dever de casa, vencemos os dois primeiros jogos e temos que continuar assim.”
Já Alex Garcia falou do novo formato da classificatória. “Foi um formato diferente da classificação para o Mundial. Nós jogadores chegamos mais em forma, mais em ritmo de jogo. Foram dois jogos teoricamente tranquilos pelo que fizemos dentro de quadra e temos que lembrar que é uma filosofia nova de trabalho. O Alex é um pouco diferente do Rubén (Rubén Magnano, ex-técnico do Brasil). Ele gosta que a gente feche mais o garrafão, então ainda estamos assimilando. Só vamos aprender tudo durante essa caminhada para a Copa do Mundo. Vamos tentar a cada treino, a cada jogo e a cada janela”, avisou.
Além do técnico Aleksandar Petrovic, outros jogadores se pronunciaram ao fim da partida. Acompanhe:
Análise do jogo
Petrovic
“Por algumas vezes perdemos a concentração, mas conseguimos nos recuperar. Estou satisfeito porque sabemos que a equipe da Venezuela possui sistemas bem amarrados. A cada janela será um novo desafio”
Varejão
“Foi um jogo que começou com uma pegada forte, marcando bem, dominando rebotes e conseguimos sair com uma diferença de 19 pontos. Já no segundo tempo, não conseguimos manter a mesma pegada, não brigamos por todas as bolas, por isso a Venezuela voltou ao jogo. O importante foi que conseguimos manter a tranquilidade para ganhar essa partida.”
Estreia em casa
Varejão
“Me senti muito bem. Fiz a minha estreia contra o Chile, mas hoje algumas vezes senti vontade de chorar. Desde fevereiro sem entrar em quadra foi bem difícil. É muito complicado treinar sozinho, porque estou sem clube, e isso não é fácil. Mas estou feliz por superar mais isso. A torcida compareceu, o que me deixou muito feliz, e quero agradecer a todos que vieram.”
Yago
Petrovic
“Desde a primeira partida oficial eu já queria dar espaço pra ele dentro de quadra. Ele já tem o seu valor e posso dizer que, assim como todos os jogadores, ele tem o seu espaço.”
Renovação da Seleção Brasileira
Petrovic
“No momento não existem veteranos e novatos, existem jogadores. Jogadores que a cada treinamento mostram suas especialidades. Eu penso que mesclar essa experiência dos veteranos com os mais jovens cria uma forma de jogar coletivamente. É isso que eu quero: que o Brasil esteja pronto para competir.”
Varejão
“Está existindo sim essa renovação e gosto dessa mistura. Estamos todos bem, a idade não está atrapalhando nenhum dos jogadores experientes e nem os novatos. É um grupo no qual estamos acreditando muito, o ambiente e o clima entre a gente está maravilhoso. O Alex ajuda muito porque nos deixa muito à vontade. Temos uma longa caminhada até a Copa do Mundo, o objetivo é manter o foco.”
Futuro
Varejão
“Amanhã estou indo pra casa no Espírito Santo para ficar com minha família e é só disso que tenho certeza. O resto vamos esperar.”
Petrovic
“Espero que o Anderson assine um contrato, porque quero que ele jogue em alto nível, e treine também com essa exigência.”
Por Confederação Brasileira de Basquete