Houve uma pequena dose de tensão no primeiro set, mas a Seleção Brasileira Feminina de Vôlei soube resistir à pressão da estreia e à empolgação da jovem equipe de Porto Rico. Venceu o primeiro set no limite, por 27/25, mas depois atropelou as adversárias (25/12 e 25/7) para selar em 1h33min a primeira vitória no Campeonato Mundial, em disputa no Japão.

“Acho que estivemos um pouquinho nervosos no primeiro set, mas depois acertamos, ficamos mais equilibrados, tranquilos. O início tem disso: as jogadoras às vezes entram um pouco acima da rotação, com a energia acima”, afirmou o técnico José Roberto Guimarães, em entrevista ao canal Sportv momentos após a partida.

Para se ter uma ideia da dimensão da superioridade nacional na fase final do confronto na Arena de Hamamatsu, o Brasil chegou a abrir 15 x 0 no terceiro set, em saques ininterruptos da central Carol. “Acho que é a primeira vez que saco tantas vezes em sequência. A gente vem com muito foco no treinamento, mas foi surpreendente”.

Com o placar mais elástico, José Roberto aproveitou para colocar quase todas as jogadoras para atuar. “Está no planejamento essa rotação. É um campeonato longo, duro. Precisamos de todo o elenco. E para isso é importante quebrar esse primeiro momento, de pisar na quadra, se familiarizar com o ginásio, entender o que é um Mundial”, disse o treinador.

A principal pontuadora da partida foi a ponteira Fernanda Garay, que anotou 12 pontos, seguida pela oposta Tandara, com 11. “É bom começar assim. Temos um caminho longo pela frente. São 13 jogos para chegar à final”, disse Garay. O Brasil anotou 11 pontos de bloqueio, quatro de saque, 36 de ataque e 26 a partir de erros das adversárias.

A equipe já volta à quadra na madrugada deste domingo (30.09), a partir de 1h40 (de Brasília), para enfrentar a República Dominicana. “É um adversário que conhecemos, difícil. Vamos ter de jogar melhor”, avaliou José Roberto, único brasileiro tricampeão olímpico.

O Brasil busca no Campeonato Mundial o único título expressivo que falta à equipe, dona de dois ouros olímpicos (2008 e 2012), 12 conquistas no Grand Prix e 20 sul-americanos, os últimos 12 em sequência. Em Mundiais, o Brasil bateu na trave três vezes. Ficou com a prata nas edições de 1994, 2006 e 2010. Em 2014, ficou com o bronze.

Nesta primeira fase, a Seleção Feminina está no Grupo D, que, além de Porto Rico e República Dominicana, conta com Cazaquistão, Quênia e Sérvia. Das seis equipes, quatro se classificam para a segunda fase. Além de Hamamatsu, o Mundial também tem partidas em Yokohama, Sapporo, Osaka, Kobe e Nagoya.