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Iguaí não é conhecida somente por suas belezas naturais
09 de Abril de 2012, às 11:00
Por José Carlos Assunção Novaes
Muito me assusta a onda de crimes que toma conta da minha querida cidade chamada Iguaí, a fonte de beber água. Local de belezas imensuráveis, terra rica em água, com milhares de nascentes, centenas de cachoeiras e dezenas de rios. Há cinco anos, percebemos como mudou, para pior, com o progresso que, junto com ele trouxe as drogas e a criminalidade.
Jovens foram mortos, crimes não foram solucionados, e a população amedrontada se sente acuada, dentro de sua própria casa. A banalização da criminalidade tornou esse fato um “espetáculo” para os curiosos que anseiam por sangue e violência, como se estivéssemos num filme. Mas nós não estamos, é real, está ali ao nosso lado “mais um corpo estendido no chão”.
Enquanto isso, pessoas brigam por seus pré-candidatos, outros lançam suas pré-candidaturas, mas ninguém fala em projetos para esse lindo município privilegiado por Deus, em se tratando de belezas naturais. São palavras como aquelas sementes jogadas em terreno pedregoso. Jamais irão produzir alguma coisa. E fica uma pergunta que não quer calar: será que alguém está se preocupando de verdade com o nosso município? O que podemos perceber é uma disputa pelo poder pelo simples fato de estar no poder ou por causa de vantagens advindas deste.
Por que uma cidade pacata do interior da Bahia, de uns tempos para cá, passou a ser conhecida, não só por suas belas cachoeiras, mas também pelo alto índice de assassinato, criminalidade e tráfico de drogas? Quem são os culpados? Quem são os responsáveis por tudo isso? E, o que é pior, quem será a próxima vítima? E a pergunta que ninguém quer ouvir: você?
A culpa é da própria sociedade, omissa, que nunca se importou com a miséria que nos rodeia. Uma sociedade que se preocupa somente em levantar muros de pedra, colocar cerca elétrica e câmeras de segurança, em vez de tentar resolver os problemas do município em que vive. Uma sociedade que se tornou altamente consumista e vive apenas o mundo do “ter”. Até quando vamos ficar com os braços cruzados, achando que estamos seguros em nossa “prisão domiciliar”?
Um dia teremos que sair de casa, nossos filhos terão que ir à escola, nossas esposas ao supermercado, nossos pais ao banco, nossos avós, à clínica de reabilitação. Um dia, teremos que encarar que o mundo está além de nossa sala de TV e que não basta um controle remoto na mão. Ainda há tempo para encarar a realidade que nos rodeia e colaborar para que tenhamos uma sociedade mais igualitária, com melhor qualidade de vida para todos.
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