Drogas e Violência na Escola! Qual é a sua solução para tal problema que afeta o campo e a cidade?

1/jul/2013 . 7:11


O tema em questão nos remete a pensar que a violência e o consumo de drogas se espalham cada vez mais rápido pelos vários rincões do país, tanto no campo quanto na cidade. Isso nos remete a pensar que cada vez mais a juventude e adolescência precisa de atenção e ajuda dos pais. Aqui vale relembrar o conceito de família que extrapola as relações conjugais e homo afetivas, tendo um significado mais amplo, onde a família é o grupo social que tem um convívio em comum. No caso da escola, este trabalho aumenta quando esta deve ter uma atenção redobrada principalmente com o fator da indisciplina que desemboca no processo de ensino aprendizagem destes jovens.

 

(Foto: Ação Social Cidadã / MST)

(Foto: Ação Social Cidadã / MST)

Não iremos dizer que a violência vem somente das escolas! O aluno influenciado por tipos de violência em casa ou na rua é um meio para que esta violência adentre as escolas. A problemática merece total atenção, pois se trata de uma questão social que está para além de nossa vã compreensão imediata e não conseguiremos conceber suas causas, sem que antes não mergulhemos nos problemas sociais típicos de nosso tempo, onde tais problemas não respeitam classes, credos e culturas, mas estão espalhados em todos os lugares, uns com mais ou menos incidência.

Simplesmente elas chegam e se apossam dos indivíduos, que, salvo raras exceções, tornam-se seus escravos. Para todos os que acham que seus filhos jamais serão atingidos pelas drogas, devo mencionar o provérbio chinês que diz: “A chuva não cai apenas no telhado do vizinho, ela cai no nosso telhado também”.

Segundo o IBGE, os fatores que geram a violência no Brasil, e em várias nações mundiais, são dos mais diversos modelos, havendo situações onde a violência é uma marca que vem sangrando há gerações, como o racismo, o conflito entre religiões e diferentes culturas. E há casos onde ela é gerada de forma pessoal, onde a própria pessoa constrói fatores que acabam resultando em situações violentas como o desrespeito, o uso de drogas, a ambição e até mesmo resultado da educação familiar.

Ainda vale dizer que tais circunstâncias refletem a conjuntura de uma nação, como quando há falta de empregos, fazendo assim uma busca desesperada por melhores condições de vida; a falta de investimentos do Estado; e o principal motivo para gerar violência que vem abalando a história da humanidade, que é a desigualdade social.

Vivemos numa sociedade consumista, “imoral e avançada”. Nós, seres humanos, somos egoístas, está no nosso ciclo de vida se preocupar só conosco e esquecer-se dos demais. Quando alguém nos faz alguma coisa que não gostamos, queremos “partir para cima”. Claro que aquela pessoa bem educada e com pensamentos íntegros não irá praticar nenhum ato de violência, simplesmente chegará até a outra pessoa e conversará com calma, civilizadamente. Tudo depende da convivência, da educação e das influências.

Nós humanos, temos o privilégio de “raciocinar”. E Através desse “raciocínio” podemos pensar sobre aquilo que fazemos e que vivemos. Mas, ultimamente, podemos ver atos que não condizem a seres de raciocínio. Por que a espécie humana é a única que mata sem ser uma questão de sobrevivência? Qual o motivo de um indivíduo matar outro? Qual o motivo de tantas guerras? Por que esse ódio insaciante? Por que a sociedade está se destruindo? Por que tanta violência?

Uma série de transformações estão trazendo mudanças significativas para a sociedade. Por um lado, o mundo evoluiu, trazendo novas formas de o homem trabalhar e se comunicar. Por outro, está sofrendo as consequências desse avanço, tendo que conviver com problemas que interferem, inclusive, em uma das instituições mais sólidas da sociedade: a família.

Para o filósofo e professor João Geraldo (2013), a sociedade hoje tem características bem diferentes quando comparadas às outras décadas. “Mulheres trabalhando fora, portanto crianças sendo criadas fora do lar, muitas vezes em creches, em outras instituições, passam o dia lá com a babá. Isso criou uma certa distância entre pais e filhos, natural na sociedade moderna, digamos assim”, explicou.

O professor lembrou ainda um problema social que vem afetando drasticamente a vivência social. O aumento do consumo e o tráfico de drogas, segundo ele, estão trazendo grandes prejuízos à família não só no Brasil, mas em todo o mundo.

O que se percebe, devido ao uso de drogas, principalmente, é a desestabilização dos lares. “É a falta de respeito; a falta de união entre pais e filhos; o filho não conhece o pai, o pai não conhece o filho”, disse. O professor acredita que, muitas vezes, essa situação acaba ocasionando brigas constantes e leva, até mesmo, ao divórcio dos pais.
Escola, família e participação social: Os desafios da escola diante das mudanças atuais.

O debate em torno da participação da família na escola, não é algo de novo na historiografia educacional brasileira. A escola nos últimos tempos, dada a sua dinâmica de organização tem, cada vez mais, tentado seduzir a participação da família em torno da constituição de uma educação que tenha um maior vinculo e embasamento na realidade. No entanto, a escola, na sua atualidade, passa por difíceis momentos, quando o assunto é trabalhar com as mudanças temporais que ocorrem nas vidas dos sujeitos e em toda uma dinâmica social que existe.

A questão posta é que papel a escola pode desenvolver na perspectiva de construção de uma sociedade mais justa e igualitária, com informação, conhecimento e conscientização, principalmente dos jovens diante deste mundo perverso e consumista? Como a escola, com todas as suas peculiaridades postas pelo sistema e pela lógica do mundo capitalista, vai conseguir intervir neste cenário caótico e de difícil solução?

Estes questionamentos nos remonta a pensar que a escola na sua construção histórica deve ser tratada de maneira relativa e conceitual, ou seja, a escola passou a ter  varias faces,vários interesses e, fundamentalmente, pode ser organizada de várias maneiras, a depender dos interesses de classe que a envolve. Desta forma, falar em participação, de família e de problemas sociais nos remete a pensar que tais problemas se concentram justamente nas classes menos favorecidas e, consequentemente, nas categorias menos informadas, que acabam sendo vítimas da brutalidade de tal sistema. Estamos querendo dizer que a violência, as drogas, a prostituição e o próprio abandono da escola se concentram justamente nos meios mais pobres e carentes da sociedade.

Assim, para a escola, resta entender esta dinâmica e de como estes problemas lhes são apresentados, para que, de forma consciente, possa descobrir qual é de fato o seu papel na sociedade, enquanto instituição reprodutora  do conhecimento e do saber cientifico.

É sabido que a escola não representa o todo da aprendizagem na vida de uma criança ou adolescente e que os conhecimentos, que estas faixas etárias absorvem fora da escola, por vezes, são mais atrativos, mesmo que seja menos significativa a aprendizagem destes sujeitos. Isto é, a escola tem o difícil desafio, tanto de envolver as famílias, em torno de seu objeto de estudo e ação pedagógica, quanto dar novo significado ao que a mesma ensina.

A escola, principalmente a escola do campo, precisa entender que em tudo existe um interesse. Se as famílias são desestruturadas, se os jovens são transviados ou se existem desvios de diversas formas, esta precisa ter a capacidade e fazer uma leitura desta realidade e perceber o que realmente esta por trás destes problemas.

Estamos aqui falando de uma atitude que a escola juntamente com seus educadores pode tomar, onde tem por intenção entender e intervir nos problemas, não exclui-los de seu ambiente físico. A escola é, justamente, o lugar do diálogo e do debate na construção do novo, e na melhoria das vidas das pessoas nos seus vários aspectos.

No entanto, o termo escola, esta intimamente ligada a uma completa participação dos pares, que são o corpo docente, os discentes e pais e responsáveis, onde é preciso que haja um diálogo permanentemente estabelecido para que os problemas possam ser melhores solucionados e a escola possa assim cumprir minimamente o seu papel na sociedade, que é o de projetar para o futuro as mudanças que as novas gerações precisam.

Eis então o desafio de construir uma escola democrática e que tenha a capacidade de se pintar com as cores do povo, entendendo os seus problemas e buscando soluções conjuntas para superar estas mazelas.

 

Por José Ronaldo 

Professor Especialista em Fundamentos Sociais e Políticos da Educação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e Militante do Movimento Sem Terra

ronnybaiano84@yahoo.com.br

 

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