Aguapés, finalista do Man Booker Prize e do National Book Award 2013, aborda exílio, escolhas e destino a partir da jornada de dois irmãos indianos separados pelo curso da história. Escritora é um dos nomes mais aguardados da Flip 2014
“Neste novo país enorme, parecia não haver lugar para o país anterior. Não havia nenhuma ligação entre os dois; a única ligação era ele. Aqui a vida deixava de tolhê-lo ou de atacá-lo. Aqui a humanidade não estava sempre empurrando, forçando, correndo como que perseguida por um fogaréu.” Dificilmente outras palavras narrariam tão bem a sensação de estar em outro país, o choque cultural, a memória distante, guardada “em casa”. E o que é uma casa afinal? É onde está o coração? Essas e outras questões são postas a exame no novo romance de Jhumpa Lahiri, Aguapés, finalista do Man Booker Prizer e do National Book Award de 2013, que será lançado em junho pela Biblioteca Azul.
Jhumpa, um dos principais nomes da Flip 2014, amplia o terreno de sua ficção nesta história que se passa na Índia e nos Estados Unidos, com os ingredientes das tradições ocidental e oriental: a jornada de dois irmãos rumo ao desconhecido; os conflitos de uma mulher ainda presa ao passado e os aspectos políticos de um país no caos de uma revolução.
Exílio, retorno e destino, temas fundadores da literatura clássica, passam por reavaliação em Aguapés, em um processo de descobertas pessoais e paixões de seus personagens e da própria narrativa, que nos conta tudo com uma voz suave e comovente. Pelas aventuras e escolhas de Subhash e Udayan Mitra, um nos Estados Unidos e outro na Índia, acompanhamos o quanto a perspectiva subjetiva desses dois irmãos ecoa em uma base histórica – da fundação da Índia e de sua relação com os ingleses e com a língua inglesa, em que as geografias são atualizadas a cada instante.
Livros da autora ganham novas edições pela Biblioteca Azul
Lançado originalmente no ano 2000, a coletânea de contos Intérprete de males marcou a estreia literária de Jhumpa Lahiri e lhe rendeu o prêmio Pulitzer, um dos mais importantes prêmios literários de língua inglesa.
O livro se insere em uma tradição que tem ganhado espaço e que viria a marcar a obra de Jhumpa: a vivência entre duas culturas distintas – o Oriente e o Ocidente – e as relações determinadas por este processo: o exílio, a saudade, o desarraigamento, a inadequação, a esperança, a adaptação, onde as personagens introjetam a tal ponto o ambiente em que vivem que são elas mesmas o retrato dessa imensa viagem.
Nos nove contos que compõem o livro, o leitor verá sempre certo incômodo, certa maneira de estar num lugar de modo desconfortável, uma espera sem nome e sobressaltos do entendimento desse processo. No conto que dá título ao livro, uma família indiana que mora há anos nos EUA, e lá cria os filhos segundo o “american way of life”, encontra nas férias na Índia a ocasião para destilar sua insatisfação, sua dor, seu deslocamento. Em “Uma situação temporária”, um casal na iminência da separação vive seus últimos momentos sob um apagão de energia, o que amplia o sentimento de incômodo. “A casa da senhora Sem” conta a história de um garoto ocidental, filho de mãe solteira, que conhece na convivência com a babá indiana o sofrimento da saudade e da distância que ele não imaginava que houvesse.
O xará, primeiro romance de Jhumpa Lahiri traz Gógol Ganguli de nome russo, sobrenome indiano e um espírito dividido entre diferentes modos de vida: a dos Estados Unidos, onde nasceu e vive, e a que veio da Índia e nos corações de seus pais, imigrantes em busca de oportunidades em território americano.
O romance acompanha a família Ganguli em suas constantes viagens, físicas ou espirituais, entre tradições e costumes, entre a Índia e os Estados Unidos, entre o passado e o presente. São as tentativas de lidar, da infância à maturidade, com o choque das culturas e suas consequências na vida de uma pessoa comum – na relação com os pais, na educação sentimental, na vida profissional – que dão o tom em O xará.
A autora
Jhumpa Lahiri (1967) nasceu em Londres mas cresceu em Rhode Island, nos Estados Unidos. Filha de pais de origem indiana, a autora busca em seus livros um diálogo entre todas as culturas das quais faz parte e promove uma interessante contribuição a um dos temas de maior importância à nossa contemporaneidade: as geografias do sociocultural. É autora deIntérprete de males, que lhe rendeu o Pulitzer de melhor livro de ficção em 2000, e de O xará(2003). Ambos serão publicados pela Biblioteca Azul no primeiro semestre de 2014.
Ficha técnica
Autor: Jhumpa Lahiri
Gênero: Romance
Tradução: Denise Bottmann
Páginas: 440
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 44,90
ISBN: 978-85-250-5666-5
Editora: Biblioteca Azul
Ficha técnica
Autor: Jhumpa Lahiri
Gênero: Contos
ISBN: 978-85-250-5759-4
Preço: R$ 34,90
Tradução: José Rubens Siqueira
Páginas: 209
Formato: 14 x 21 cm
Editora: Biblioteca Azul
Ficha técnica
Título: O xará
Autor: Jhumpa Lahiri
Gênero: Romance
ISBN: 978-85-250-5732-7
Preço: R$ 39,90
Tradução: Rafael Mantovani
Páginas: 344
Formato: 14 x 21 cm
Editora: Biblioteca Azul
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Por A4 Comunicação
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