Autoridades dão depoimentos sobre o assassinato do líder do MST

3/abr/2013 . 22:33


Autoridades presentes no velório de Fábio dos Santos Silva, líder do MST, assassinado terça-feira (02), em Iguaí, falam sobre o episódio e as providências a serem tomadas a partir de hoje (03).

Júlio Honorato, Vera Lúcia Barbosa e Guilherme Menezes(da direita para a esquerda) (Foto: Iguai Mix)

Júlio Honorato, Vera Lúcia Barbosa e Guilherme Menezes
(da direita para a esquerda) (Foto: Iguai Mix)

Confira abaixo os depoimentos dados com exclusividade para o site Iguaí Mix:

Vera Lúcia Barbosa – Secretária de Política das Mulheres. Esteve no local representando o Governador Jaques Wagner – Os assassinatos no campo precisam terminar. A gente não está mais nessa época da disputa pelo fuzil, pela bala, pela espingarda. Então essas práticas arcaicas precisam ter um fim na Bahia. Esse assassinato aqui é uma simbologia disso e nós não podemos permitir. Por isso, o governador me pediu que eu viesse aqui acompanhar o velório, porque nós, governo do estado, a partir de amanhã (04), nós vamos sentar, eu estou levando daqui diversos subsídios dos acontecimentos. Vou ver se ainda dá tempo para falar com o delegado, para ver a versão dele para, a partir de amanhã, na Secretaria de Segurança Pública, a gente ver como é que nós vamos incidir juntos, enquanto governo do estado, para ver o que nós podemos fazer para que em Iguaí não ocorra mais mortes como a de Fábio. Fábio deixou dois filhos, Fábio deixou uma comunidade, Fábio era uma liderança expressiva do MST. A luta vai continuar, mas a gente perdeu uma pessoa importantíssima na fileira da luta pela reforma agrária. Então esses assassinatos, a gente precisa botar um ponto final. O governador está com ordem expressa para que a gente descubra o assassino, ou os assassinos, para que de fato eles não voltem a cometer outros assassinatos aqui no campo e na região.

Guilherme Menezes – Prefeito de Vitória da Conquista (PT) – É muito feio para a nossa cidade que não tem a marca da violência. É claro que toda cidade, hoje, está convivendo com essa epidemia das drogas, como o crack, por exemplo, mas elas são uma epidemia bastante generalizada. Mas um crime desses, que tem a marca da frieza, da premeditação, como se fosse um crime de mando, e tudo indica, não é uma coisa que possui um histórico em Iguaí e isso agride a todos nós. Esperamos que seja elucidado, que as autoridades já estejam levantando dados para chegar às pessoas que praticaram essa barbaridade com tamanho ódio, com tamanha frieza, na presença da esposa, de uma criancinha de dois meses, e chegar aos mandantes, se por acaso houve mandantes. É isso que todos nós esperamos.

Júlio Honorato – Vereador de Vitória da Conquista (PT) – A gente lamenta, porque em pleno século XXI fatos como esses ainda acontecem no campo brasileiro e a gente chega a perguntar e ficar questionando até quando isso vai continuar acontecendo, exatamente por conta de que as pessoas que lutam por justiça, que lutam pela democratização da terra, no caso a reforma agrária, infelizmente ainda são alvos como esses, arbitrários, de pistolagem. Nós sabemos que aqui em Iguaí essa prática não é a primeira vez que acontece, não é um fato isolado. Pessoas são assassinadas aqui constantemente. É claro que a morte de Fábio, ela repercute muito mais por ele pertencer a um movimento social e por ele ser uma pessoa muito querida aqui na cidade, mas esses fatos já vêm acontecendo aqui em Iguaí. O que nós queremos é que se faça justiça. Da nossa parte nós vamos fazer. A nossa justiça é a cada tiro que ele recebeu, mais um assentamento aqui na região por parte do Movimento dos Sem Terra. Agora, a parte do poder judiciário, nós vamos pressionar os órgãos competentes, no sentido que faça averiguação e que possa elucidar o crime, no sentido de fazer justiça e de colocar na cadeia as pessoas que cometeram essas atrocidades.

 

Da Redação

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