Morre aos 86 anos em Salvador o escritor Hélio Pólvora, diz ALB
Natural de Itabuna, o autor baiano publicou mais de 25 obras de ficção. ‘Perdemos uma glória da literatura’, presidente da Academia de Letras da BA.
Morreu na madrugada desta quinta-feira (26) o escritor, jornalista e crítico literário Hélio Pólvora. A informação foi confirmada pelo presidente da Academia de Letras da Bahia, Aramis Ribeiro Costa.
Expoente da literatura baiana, o autor, natural de Itabuna, região sul da Bahia, lutava contra um câncer de pulmão há mais de um ano. Segundo Aramis Costa, ele morreu em casa. Hélio Pólvora deixa mulher e três filhos.
“Ele morreu escrevendo. Um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Deixa um legado literário brasileiro importantíssimo. Nós perdemos uma glória da literatura nacional. Uma grande figura humana. Levou a vida toda trabalhando pela literatura e pela cultura. Um homem de inteligência e cultura fora do lugar. Foi uma perda irreparável para a cultura brasileira. Ele nunca parou de escrever”, disse Aramis Ribeiro Costa.
Para o poeta e integrante da Academia de Letras da Bahia, Luís Antônio Cajazeira Ramos, Hélio Pólvora é um dos contistas mais importantes da atualidade. “A Bahia perde a maior expressão das letras da atualidade. Sem dúvida o maior contista, além de ser destacado como crítico, cronista, jornalista, editor e com uma longa militância na imprensa nacional. Sem dúvida o maior contista brasileiro da atualidade”, diz Cajazeira Ramos.
Biografia
Hélio Pólvora de Almeida) nasceu em 1928, em Itabuna, na Bahia. Em 1953, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde morou por 30 anos. Nesse período, o escritor iniciou a carreira literária e atividade jornalística, que prosseguiram, depois de 1984, na Bahia (nas cidades de Itabuna, Ilhéus e Salvador).
A estréia literária ocorreu com a publicação Os Galos da Aurora (1958, reeditado em 2002, com texto definitivo). Cerca de 25 títulos de obras de ficção e crítica literária, além de participação em dezenas de antologias nacionais e estrangeiras, foram publicadas. Hélio Pólvora também possui contos traduzidos em espanhol, inglês, francês, italiano, alemão e holandês.
O escritor passou a morar em Salvador no ano de 1990. Eleito para a Cadeira 29 da Academia de Letras da Bahia, faz parte também da Academia de Letras do Brasil (sede em Brasília, DF), onde ocupa a cadeira 13, que tem como patrono Graciliano Ramos. Pertence ainda à Academia de Letras de Ilhéus. Hélio Pólvora atuava como cronista do jornal A Tarde há mais de oito anos.
Conquistou prêmios literários como os da Bienal Nestlé de Literatura, anos 1982 e 1986, para contos (1.º lugar), e mais os prêmios da Fundação Castro Maya, para o livro Estranhos e Assustados, e Jornal do Commercio, para Os Galos da Aurora. Assina cerca de oitenta traduções de livros de ficção (romances e contos) e ensaios. Casado com Maria Pólvora Silva de Almeida, tem dois filhos (Hélio e Raquel) e uma filha (Fernanda) de união anterior.
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Do G1 BA