Entrevista Katia Cilene
Dona de uma voz singular e intérprete de canções que marcaram época, a cearense Kátia Cilene (Ex-Mastruz, Forró do Bom e Cavalo de Pau) agora parte para a carreira solo e pretende cantar os sucessos que fazem parte da sua trajetória.
Com mais de 20 anos de música, a artista se prepara para a turnê: “Pra matar a saudade”, que já tem 20 apresentações confirmadas neste primeiro semestre. O número de shows agendados não para de crescer e a receptividade com o novo projeto tem sido grande. Em entrevista exclusiva ao São João na Bahia, Kátia Cilene fala sobre a sua passagem relâmpago pelo Cavalo de Pau, preferências musicais e o atual momento do forró. Confira !
Você passou seis meses na banda Cavalo de Pau. O que houve que você saiu e pegou todos de surpresa?
Kátia Cilene – Então, eu passei seis meses lá, fui muito bem recebida, mas (a saída) foi como uma conclusão para ver que eu estava preparada para uma carreira solo. Eu já não me adapto mais àquele tipo de formato, com muitos cantores… Como eu passei sete anos no Forró do Bom, com o Aduílio, ficamos bastante habituados e preparados para uma carreira solo. Tem coisas que a gente não deve adiar.
Qual o principal desafio ao assumir, ou seja entrar de cabeça numa carreira solo?
Kátia Cilene – Sem dúvida, é entrar no mercado, ser acolhido por todos. Como o mercado tem muitas bandas e cantores, o desafio é entrar e se manter. Estou muito feliz com a receptividade de fãs e também do mercado. Já tenho 21 shows vendidos… As coisas estão fluindo bem. Olhe que começou tudo praticamente depois do carnaval.
Qual a linha que você quer seguir?
Kátia Cilene – Vou cantar a minha história. Cantarei os sucessos das bandas por onde passei. O meu projeto chama-se “Simplesmente Kátia Cilene” e a turnê é “Pra matar a saudade”, com canções que eu interpretei e marcaram história. As pessoas chegaram a confundir com um projeto acústico, mas aquele foi um projeto da (produtora) Imaginar Filmes. Vou continuar com o forró e cantando músicas românticas.
Tem show agendado para a Bahia?
Kátia Cilene – Tem sim. Não sei precisar a data, mas dos 20 shows que já vendi nesse semestre, vai ter a Bahia sim.
Das músicas que você cantou, em especial as da Rita de Cássia, qual você destaca como especial?
Kátia Cilene – Além do clássico, Meu Vaqueiro, meu peão, tiveram outras como Minha Verdade, Barreiras, Anjo de Guarda…
Em qual delas você se enxerga?
Kátia Cilene – Anjo de Guarda. Eu me identifico muito, pois sou espírita e a vejo não como uma canção para um amor físico, mas para um ser de proteção.
Você começou muito nova, aos 15 anos, o que você adquiriu ao longo dos anos.
Kátia Cilene – O Mastruz me deu um aprendizado muito grande. Tive que interromper os estudos e terminar depois. Aprendi a renunciar muitas coisas na vida pessoal, mas o convívio com pessoas com maturidade foi fundamental. Melhorei, ao longo dos anos, como cantora, como intérprete. A minha mente foi se abrindo ao longo do tempo. A fase do Forró do Bom foi boa para eu me reintegrar ao mercado de Fortaleza, que é muito competitivo. O Mastruz tocava muito fora do Ceará e nessa época eu só vivia a cidade nas horas de folga. No Forró do Bom, eu ganhei fãs de outra geração, pessoas da idade do meu filho (16 anos).
Você é uma artista consagrada, mas mantém uma serenidade e humildade muito grandes. Como você consegue esse equilíbrio entre fama e tranquilidade?
Kátia Cilene – Eu acho que vem da minha própria natureza, da minha família e da minha base religiosa. Sempre busquei energias positivas para a vida. O espiritismo também me ajudou muito. Quem vive no meio artístico precisa atuar sempre com muita sabedoria.
A vida de artista atrapalha a vida pessoal, sobretudo a sentimental?
Kátia Cilene – Acredito que sim, pois ficamos muito longe de casa. A pessoa que estiver com você tem que ter maturidade, confiança e saber o que ela quer.
Na sua ida para lá, surgiram rumores de que era uma ponte para a sua volta ao Mastruz. Procede?
Kátia Cilene – Não. Nada disso foi conversado e isso jamais foi cogitado
O que você acha das redes sociais ?
Kátia Cilene – Acho que facilita o trabalho de divulgação, mas o artista e as pessoas precisam ter cuidado com o que falam. É uma ferramenta que ajuda e atrapalha. Muitas vezes os fãs atuam na nossa defesa.
Como você avalia o atual momento do forró?
Kátia Cilene – O forró está sempre mudando. As mudanças vêm e são positivas e negativas. Eu acho que a forma de falar está mais direta. Antes, havia mais poesia. Agora, as canções estão mais próximas dos nossos impulsos.
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Por São João na Bahia