Exposição ‘Índios na Janela’ chega a Salvador nesta terça-feira
Cerca de 200 peças artesanais e 20 pinturas da exposição ‘Índios na Janela’, ocuparão o primeiro pavimento do Palacete das Artes, no bairro da Graça, em Salvador, desta terça-feira a domingo (19 a 24).
São arcos, colares, lanças e bordunas das tribos Pataxós, Xukuru Kariri, Maxakali e Krenak, entre outras, que apresentam a cultura indígena como algo vivo e dinâmico, propiciando ao público uma identificação positiva por meio das faces dos povos da floresta.
Na abertura, que acontece a partir das 17h, haverá vernissage para os convidados conhecerem a proposta, com entrada é gratuita. O projeto da Comunidade Tia Marita tem o apoio do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA), mecanismo de fomento à cultura administrado pelas secretarias estaduais de Cultura (Secult) e da Fazenda (Sefaz).
A exposição, que já foi vista por cerca de 3.500 pessoas em Ilhéus e Porto Seguro, por onde já passou em curtas temporadas, em fevereiro e março deste ano, é voltada para o público em geral, em especial, para estudantes do ensino fundamental, ensino médio, pesquisadores, historiadores e professores. O projeto prevê também uma apresentação indígena dos Pataxó, no dia 20, às 16h, na área externa do Palacete, e uma palestra gratuita e aberta ao público, ministrada pelo colecionador Silvan Barbosa Moreira, com o tema ‘Minha Vida na Tribo’, dia 22, às 15h, no mesmo local da exposição.
As peças possuem valor inestimável e foram juntadas ao longo dos 25 anos em que o colecionador Silvan Barbosa Moreira, ex-funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), teve contato e se dedicou ao trabalho com as mais variadas tribos indígenas brasileiras. “Tenho peças com mais de 30 anos e outras muito raras. A mais antiga é da Ilha do Bananal, no Mato Grosso. A mais nova é um cocar e um colar Kaiapó, que veio do Pará. Entre peças artesanais, livros, CDs e DVDs, tenho quase mil objetos, adquiridos ou que me foram dados de presente por amigos indígenas. Esta exposição serve para contribuir e ampliar o conhecimento do público sobre a vida e a cultura indígenas”.
Os quadros de faces indígenas são de Gildásio Rodriguez, conhecido como ‘O Gil dos índios’, que já foi protagonista de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos e Portugal. “Ao ler a saga dos irmãos Villas Boas no Alto Xingu, senti a necessidade de divulgar, através da pintura, a cultura de um povo que sofreu e sofre injustiças dentro de um país democrático. Comecei em 1998 e, desde então, criei mais de 30 quadros”, diz o pintor.
A exposição oferece ao público imagens e informações de natureza histórica e cultural, propiciando uma identificação positiva com as coletividades indígenas e oportunizando ao público um olhar mais humano sobre essa questão. Para o curador da exposição, Pawlo Cidade, “a mostra aponta para um caminho no esforço de pensar os indígenas sob o ponto de partida da cultura, de uma janela que se abriu no passado, que continua aberta no presente e mantém-se escancarada pela dimensão contemporânea, permitindo um diálogo com muitas outras tradições culturais”. Mais informações estão disponíveis na fanpage. www.facebook.com/Indiosnajanela
Fundo de Cultura
Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artísticas e culturais baianas, o Fundo de Cultura da Bahia (FCBA) custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. São financiados, preferencialmente, aqueles que, apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada.
O FCBA está estruturado em quatro linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação – Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais. Mais informações estão disponíveis no site da Secult.
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Por SecultBA