A parceria de 20 anos que vale recorde olímpico e ouro na dança no gelo
Os canadenses tricampeões mundiais Tessa Virtue e Scott Moir estabeleceram a inédita pontuação de 206,7 e conquistaram o segundo ouro deles em PyeongChang
É difícil imaginar uma parceria mais sólida e consistente do que a estabelecida entre Tessa Virtue e Scott Moir na dança no gelo. Os canadenses formam uma dupla desde 1997. Na época em que começaram, ela tinha sete anos. Ele, nove. Na madrugada desta terça (horário brasileiro), eles provaram mais uma vez o que as 35 horas semanais de treino e uma vivência de duas décadas pode representar em termos de qualidade técnica, sincronia de movimentos, interpretação e habilidade.
Últimos a entrar em cena na Arena de Gelo de Gangeung, ao som da trilha sonora do filme Moulin Rouge, Tessa e Scott bateram o recorde olímpico e mundial de somatório de pontos. Os 206,7 pontos acumulados levam em conta os 83,67 obtidos na rotina curta e os 122,40 da rotina livre. “Estou emocionada. Esse desempenho foi realmente especial e verdadeiramente memorável. Estamos gratos à nossa equipe por ter nos preparado para isso”, afirmou Tessa, momentos após confirmar o título nos Jogos da Coreia do Sul.
Com três títulos mundiais (2010, 2012 e 2017), um ouro olímpico em casa, nos Jogos de Vancouver (2010), e uma prata em Sochi, 2014, os dois agregaram dois ouros ao currículo em PyeongChang. Além da vitória na dança no gelo, eles ajudaram o Canadá a vencer a prova por equipes.
“Obviamente, em 2010 estávamos em casa. Aqueles momentos nós jamais vamos esquecer. Mas oito anos depois, somos pessoas completamente diferentes, atletas distintos. Nós ainda amamos fazer o que fazemos. E fizemos um pelo outro. Patinamos com o outro na mente o tempo inteiro e patinamos com o coração”, afirmou Scott.
O feito ganhou contornos ainda mais significativos porque eles superaram uma dupla impressionante. Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron, que representam a França, haviam deixado a arena extasiados momentos antes. Ao som da sonata Moonlight, de Beethoven, os bicampeões mundiais (2015 e 2016) encantaram o público e cravaram 123,35 pontos, recorde mundial e olímpico do programa livre. Os 205,28 pontos somados também eram a melhor marca do mundo e dos Jogos Olímpicos até Tessa e Scott entrarem em cena.
“Nós fizemos nosso melhor e não temos qualquer arrependimento. Eu estou muito tocada nesse instante. Acho até que choraria se você me dissesse que o cachorro de sua vó morreu. Há muitas emoções acumuladas”, afirmou Papadakis aos repórteres.
O terceiro lugar ficou com a dupla norte-americana formada pelos irmão Alex e Maia Shibutani, que dançaram ao som de Paradise, da banda Coldplay. Eles somaram 192,50 pontos, com 114,86 na dança livre. “Este bronze é como ouro para nós. É inacreditável. Estou muito orgulhoso da forma que lutamos esta semana e nesta temporada”
Por Rede do Esporte