Iguaiense Gramiro de Matos será um dos convidados do Sarau no Goethe
O escritor iguaiense Gramiro de Matos, também conhecido como Ramirão ão ão, será um dos convidados do Sarau no Goethe, em uma das edições, que será realizada em setembro.
A organização do evento divulgou os poetas/escritores das próximas quatro edições, que serão: José Inácio Vieira de Melo (20 de junho), Márcio Catunda (18 de julho), Vânia Melo (15 de agosto) e Gramiro de Matos (19 de setembro). O evento tem programação confirmada até dezembro deste ano e acontece sempre na terceira quarta-feira de cada mês com muita música, recital de poesia, performances e intervenções artísticas, além de um bate-papo com um(a) poeta/escritor(a) convidado, sob mediação do poeta e escritor Cacau Novaes, que também é curador do evento.
No local, também acontece uma exposição com livros, revistas, CDs, DVDs, dentre outros trabalhos produzidos pelos músicos e poetas que participaram do evento, à venda para o público presente.
Sobre Gramiro de Matos
Natural de Iguaí, Bahia, Ramiro Matos herdou o nome do avô, um dos primeiros moradores do município, de quem herdou o nome, acrescentando mais uma letra e se tornando Gramiro de Matos em homenagem ao grande poeta barroco, o também baiano, Gregório de Matos.
Na década de 70, Ramirão morou no Rio de Janeiro e conviveu com grandes intelectuais, como Jorge Amado, Glauber Rocha e era amigo de Waly Salomão e Torquato Neto, fazendo parte do movimento tropicalista, juntamente com esses seus dois parceiros. No ano passado, durante o relançamento do seu livro “A Conspiração dos Búzios”, foi proclamado como o “tropicalista esquecido”, em uma extensa matéria no Jornal O Globo falando sobre a sua trajetória literária.
Autor de “Urubu Rei” e “Os morcegos estão comendo os mamãos maduros”, bastante elogiados pela crítica na época, o autor, cuja literatura foi considerada “impenetrável”, devido aos experimentalismos pós-modernos, foi considerado por Jorge Amado como “a mais nova experiência da linguagem depois de Guimarães Rosa”. Jorge Amado também escreveu um texto de apresentação em “Os morcegos estão comendo os mamãos maduros”, um dos livros de Gramiro de Matos. Apesar disso tudo, o autor caiu no esquecimento na década seguinte, já que se mudou para Portugal para continuar os estudos acadêmicos, o que resultou em uma tese de doutorado: “Influências da literatura brasileira sobre as literaturas africanas de língua portuguesa”, publicada posteriormente no Brasil.
Por Ascom/ SARAU no Goethe