Brasil vence a França e garante classificação para a fase final da Liga das Nações
Seleção masculina bateu a equipe europeia de virada, por 3 a 1. Partida recebeu 7.500 torcedores na capital federal. Neste sábado (29.06), desafio no ginásio Nilson Nelson será contra o Canadá
Os campeões olímpicos da seleção masculina de vôlei assumiram na sexta-feira (28.06), em Brasília, um compromisso com Chicago, nos Estados Unidos. O grupo do técnico Renan garantiu matematicamente a classificação para a fase final da Liga das Nações, que será disputada entre 10 e 14 de julho, na cidade norte-americana. A fase final do torneio reunirá, além dos anfitriões e dos brasileiros, outras quatro times. Para selar a conexão, o time nacional superou a forte equipe da França, de virada, por 3 sets a 1, com parciais de 23/25, 25/18, 25/23 e 25/23, diante de 7.500 torcedores no ginásio Nilson Nelson.
Com o resultado, o Brasil soma 12 vitórias em 13 compromissos e mantém a liderança da tabela do torneio que reúne as 16 melhores seleções do ranking da Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Neste sábado (29.06), o Brasil volta à quadra no mesmo palco e horário, a partir das 20h, para enfrentar o Canadá. Antes, às 17h, jogam Itália x França. O último compromisso na capital federal e na fase preliminar da Liga das Nações será no domingo (30.06), diante da Itália, a partir das 19h.
Sem o oposto Wallace, preservado para um trabalho físico no Centro de Treinamento da Seleção, em Saquarema (RJ), Renan optou por um time titular com Bruninho, Alan, Lucão, Leal, Lucarelli e Maurício Souza, com o líbero Thales. Após uma parcial muito equilibrada no primeiro set, os franceses levaram a melhor em alguns ralis no fim da parcial e fecharam em 25/23.
A partir daí, ainda que houvesse um aparente equilíbrio, o Brasil passou a comandar as ações. Fechou a segunda parcial com certa tranquilidade, em 25/18, e ganhou um elemento de desequilíbrio: o ponteiro Douglas esteve em noite inspirada. Acertou um pouco de tudo. Fechou o terceiro set em 25/23 num belo contra-ataque, sacou com eficiência, acertou o posicionamento do bloqueio e ajustou a recepção. Saiu de quadra como o segundo maior pontuador brasileiro, com 13 pontos (12 de ataque e um de bloqueio). À frente dele, apenas o cubano naturalizado brasileiro Leal, com 15. “Eu acho que na real o Renan conhece muito bem os atletas que tem. Ele sabia que naquela hora essa formação comigo poderia funcionar um pouco melhor. E foi o que aconteceu. Entrei, consegui dar um pouco mais de estabilidade para o time e essa era a minha função”, disse Douglas.
No último set, o Brasil sobrou e chegou a abrir 24 x 20. Só não fechou com mais tranquilidade porque o central francês Le Roux resolveu arriscar tudo no serviço e conquistou três pontos em sequência. No quarto saque, contudo, serviu para fora e a parcial e o jogo terminaram em 25/23. Na partida preliminar, o Canadá venceu a Itália por 3 sets a 1, com parciais de 25/15, 20/25, 22/25 e 18/25.
Repercussão
Para o técnico Renan, a classificação para a fase final não vai mexer com o tipo de abordagem que ele pretende dar ao time nos jogos finais. “Nossa mentalidade não muda absolutamente nada. Queremos melhorar a cada jogo. Deixar todos os atletas em condições de entrarem e decidirem. Hoje, por exemplo, o Flávio entrou porque o Lucão sentiu a cervical e foi bem. O Douglas entrou porque precisou estabilizar o passe. O Alan começou como titular e correspondeu. Todos estão conscientes da sua importância. Sabem que vão entrar em momentos delicados e precisam dar conta do recado”, afirmou.
Para o levantador Bruninho, o segredo para chegar bem à fase final é seguir no planejamento estabelecido pela comissão técnica sem se preocupar se os adversários estão “escondendo o jogo” ou poupando titulares para a fase decisiva.
“Sinceramente, a gente não tem de pensar nos outros. Cada um tem seu planejamento. O Renan quis jogar a Liga das Nações como preparação para o pré-olímpico. A gente também tem mexido bastante no time. Eu mesmo só entrei no terceiro fim de semana. O Wallace não está aqui nesses três jogos. Estamos fazendo o nosso. Sem olhar tabela. É um ano importante, pré-olímpico. Há jogadores chegando, como Leal, o Lucarelli voltando, o Alan. Quanto mais sólida for essa nossa base, melhor”, avaliou o levantador.
Forma de disputa
A fase de classificação da Liga das Nações pode ser comparada a uma maratona. Cada seleção disputa 15 partidas em cinco semanas. São três jogos a cada sete dias em cenários que se dividem por quatro continentes. Ao fim desses 130 confrontos, os cinco melhores times garantem vaga na etapa final.
Eles se juntam aos Estados Unidos, país anfitrião dos dez jogos decisivos, que serão disputados entre 10 e 14 de julho, em Chicago. Nessa fase final, os seis times são divididos em dois grupos, cada um com três seleções. Elas jogam entre si em turno único e as duas melhores equipes de cada chave seguem para a semifinal.
Pré-Olímpico
Para a comissão técnica do Brasil, a Liga das Nações é vista, também, como oportunidade de preparar a equipe para o Pré-Olímpico, que será disputado de 9 a 11 de agosto. Na seletiva para os Jogos de Tóquio, o Brasil vai enfrentar Bulgária, Egito e Porto Rico na casa dos búlgaros. As equipes jogam entre si em turno único. Apenas o campeão garante uma das 12 vagas na chave olímpica de 2020.
Investimento
Dez dos atletas que frequentam o grupo da Seleção Brasileira durante a Liga das Nações integram o programa Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, nas categorias olímpica e internacional. O investimento federal anual nesses atletas é estimado em R$ 282 mil ao ano. Na modalidade como um todo, o programa apoia atualmente 180 atletas, num investimento de R$ 2,4 milhões por ano.
Além disso, entre 2010 e 2015, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) celebrou 15 convênios com o então Ministério do Esporte. Recursos usados para a aquisição de equipamentos, preparação de atletas, participação de seleções em torneios nacionais e internacionais e desenvolvimento das categorias de base. Ao todo, foram investidos R$ 48,2 milhões no vôlei de quadra e de praia. A CBV conta, ainda, com patrocínio do Banco do Brasil.
Campanha
Durante a partida, o governo federal exibiu, no telão do ginásio Nilson Nelson, o vídeo da campanha nacional de prevenção ao uso de drogas. Voltada para adolescentes entre 14 e 18 anos, as peças publicitárias têm o objetivo de sensibilizar os jovens sobre os males causados pelo uso de entorpecentes, além de conscientizá-los sobre as melhores escolhas para o seu futuro.
Com o lema “Você nunca será livre se escolher usar drogas”, as publicidades, que têm veiculação na TV, no rádio, nas redes sociais, nas escolas e em lugares de grande circulação, como shoppings, vão colocar os jovens como protagonistas de suas próprias histórias. A ideia é que eles estão no comando e podem adotar comportamentos de prevenção e autocuidado. Em contraponto, as pessoas que utilizam drogas podem perder o direito de escolha e ficar impedidas de realizar seus sonhos, devido à dependência química.
RESULTADOS E PROGRAMAÇÃO
Katowice (Polônia)
- 31.05 – Brasil 3 x 0 Estados Unidos (25/22, 25/22 e 25/23)
- 01.06 – Brasil 3 x 2 Austrália (32/34, 25/16, 25/19, 27/29 e 15/13)
- 02.06 – Brasil 3 x 1 Polônia (22/25, 25/15, 25/21 e 25/17)
Tóquio (Japão)
- 07.06 – Brasil 3 x 2 Irã (23/25, 25/16, 21/25, 33/31 e 15/10)
- 08.06 – Brasil 3 x 0 Japão (25/22, 25/19 e 25/21)
- 09.06 – Brasil 3 x 2 Argentina (25/20, 21/25, 26/28, 25/23 e 15/12)
Gondomar (Portugal)
- 14.06 – Brasil 2 x 3 Sérvia (25/17, 22/25, 25/17, 20/25 e 12/15)
- 15.06 – Brasil 3 x 0 China (25/15, 25/18 e 25/22)
- 16.06 – Brasil 3 x 0 Portugal (25/19, 25/21 e 25/18)
Cuiabá (MT)
- 21.06 – Brasil 3 x 1 Bulgária (25/20, 21/25, 25/19 e 25/14)
- 22.06 – Brasil 3 x 2 Alemanha (20/25, 25/18, 21/25, 25/17 e 15/13)
- 23.06 – Brasil 3 x 0 Rússia (25/17, 25/21 e 28/26)
Brasília (DF)
- 28.06 – Brasil 3 x 1 França (23/25, 25/18, 25/23 e 25/23)
- 29.06 – Brasil x Canadá, a partir das 20h (de Brasília)
- 30.06 – Brasil x Itália, a partir das 19h (de Brasília)
Por Rede do Esporte.