Ishiy sobe 53 posições e Brasil tem cinco no Top 100 masculino pela primeira vez na história
Com resultados expressivos no circuito internacional, paulista saiu de 121º para 68º do ranking da ITTF e se tornou o terceiro melhor brasileiro na listagem. Calderano segue em sexto
Foi com uma boa dose d crueldade. Vitor Ishiy sabia que a listagem de outubro do ranking mundial da ITTF viria com boas notícias para ele. Campeão do Campeonato Pan-Americano e terceiro no Aberto do Paraguai, o brasileiro teve uma trajetória de vitórias expressivas contra adversários à frente dele na listagem dos melhores do mundo. Coincidentemente, a ITTF teve problemas técnicos e a lista que sairia no dia 1º só foi publicada nesta quinta, 3.10.
Mas valeu a espera. Vitor Ishiy viu seu nome pular da 121ª posição para a de número 68. Subiu 53 degraus de um mês para o outro. Tornou-se o terceiro melhor brasileiro no ranking, atrás apenas de Hugo Calderano, que permanece no top 10, e de Gustavo Tsuboi, que segue no Top 30, como 28º, sua melhor posição na carreira. Ishiy superou Eric Jouti, atualmente o 80º, e Thiago Monteiro, 89º.
A conquista de Vitor veio, ainda, com outro ineditismo expressivo. É a primeira vez na história que o Brasil posiciona cinco atletas no Top 100 do ranking mundial masculino. Para se ter uma ideia da dimensão da conquista, apenas cinco outras nações têm cinco ou mais atletas no Top-100 atualmente: Alemanha, China, Coreia do Sul, Japão e Suécia. O Brasil é o único fora da Ásia e da Europa na lista. No ranking de equipes, o país é o sexto, atrás dos cinco citados.
No Top 10, não houve mudanças. Os dez primeiros seguem nas mesmas colocações de setembro. Hugo Calderano continua firme como o melhor atleta não asiático da lista, em sexto. À frente dele, quatro chineses ocupam as primeiras posições e o japonês Tomokazu Harimoto aparece em quinto. No feminino, também dominado por chinesas, a única brasileira entre as cem melhores é Bruna Takahashi, de 19 anos, que se manteve na 53ª posição, a melhor de sua carreira.
Os cinco brasileiros no Top 100 são integrantes do Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Vitor, Eric e Thiago na categoria Internacional. Tsuboi na Olímpica e Calderano, na pódio. No tênis de mesa como um todo, o governo federal patrocina atualmente 126 atletas olímpicos, com um investimento anual de R$ 1,7 milhão, além de outros 121 paralímpicos, que representam um repasse de R$ 2,8 milhões em 12 meses.
Cinco para quatro vagas
Mais do que figurar no Top 100, a performance de Vitor Ishiy embola a briga em outra frente: nos próximos dias será divulgada a lista dos quatro convocados para representar o Brasil no Pré-Olímpico Latino Americano, em Lima, no Peru, entre 25 e 27 de outubro. “Podemos levar até quatro atletas. A convocação sai no início de outubro”, afirmou o técnico da Seleção, Francisco Arado, o Paco. O local da competição será o Complexo de Videna, no mesmo ginásio em que foram disputados os Jogos Pan-Americanos.
O Pré-Olímpico Latino-Americano é disputado por todos os países da América, com exceção de Estados Unidos e Canadá. Apenas o time campeão no masculino e no feminino conquista a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. As equipes que não conseguirem terão uma segunda chance na seletiva mundial. Agendada para janeiro, a competição reserva outras nove vagas, mas junta na disputa países de todos os continentes. Nas duas últimas grandes competições internacionais por equipes no tênis de mesa, o Brasil se posicionou entre os oito melhores no masculino. Chegou às quartas de final na Copa do Mundo e no Mundial, ambos disputados em 2018.
“Ainda não sabemos quem jogará o Pré-Olímpico de equipes, mas espero ter a chance de jogar e poder ajudar o Brasil a se classificar”, disse Vitor. “Até as Olimpíadas ainda temos uma temporada inteira pela frente. São muitos jogos e torneios pela frente, mas com certeza com esses resultados recentes eu me sinto mais motivado. Claro, primeiro de tudo o importante é classificar o Brasil, mas as Olimpíadas sempre foram meu maior sonho. Estão, sim, no meu caderninho de objetivos”.
Por Rede do Esporte