SP tem dia mais quente em 71 anos; calor continuará
Temperatura chegou a 37,8ºC em Santana, zona norte da capital paulista
Onda de calor, causada por uma massa de ar quente que bloqueia as frentes frias, pode agravar falta de água. O dia 17 de outubro de 2014 entrou para a história da meteorologia brasileira.
Ao menos até hoje (18), com 37,8ºC por volta das 14h, é o mais quente registrado na capital paulista em 71 anos.
A onda de calor aumenta a preocupação com a crise da água em São Paulo.
Com os termômetros elevados, cresce o consumo de água e a Sabesp prevê mais interrupções no fornecimento no fim de semana.
A previsão dos institutos de meteorologia é que o calor continue muito forte neste fim de semana. Novos recordes poderão ser atingidos.
A diferença para os últimos dias é que pancadas de chuvas isoladas, com fortes ventos, podem ocorrer entre hoje (18) e amanhã (19).
Ontem, a chuva veio, mas durou poucos minutos –e foi recebida com espanto. No fim do dia, nova surpresa: a temperatura despencou 17 graus em cinco horas. Às 19h, os termômetros marcavam 20,4ºC.
Em Santana, na zona norte, único ponto onde ocorrem as medições oficiais, o termômetro do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia, usado como referência) nunca havia alcançado marca tão alta desde 1943, quando a estação passou a funcionar.
O calor é causado principalmente por uma grande massa de ar quente, que bloqueia a entrada de frentes frias na região Sudeste.
Outra medição, feita pela prefeitura, registrou temperatura ainda maior: 39,3ºC na estação Jaçanã/Tremembé, também na zona norte.
Na zona sul, a estação meteorológica da USP, que funciona desde 1933, registrou 37,2º C. Também um recorde.
Segundo este ponto de aferição, o ano de 2014 entrou para a história da climatologia, com as três maiores temperaturas já registradas.
Mesmo entre os registros oficiais da cidade, em Santana, o ano de 2014 estará anotado com destaque nos anais dos meteorologistas.
Das maiores temperaturas anotadas, cinco foram neste ano. As demais ocorreram a partir de dezembro de 1998.
Apesar desses recordes de temperatura diários não serem provas cabais do aquecimento global, a análise das médias de temperaturas anuais pode indicar algo a favor dessa tese científica.
No caso da Estação de Meteorologia da USP, a média de temperaturas anuais desde 1933 subiu 2,1ºC. Nem todo esse incremento deve ser creditado ao aquecimento global.
A urbanização da zona sul e os desmatamentos no parque do Estado também causaram mudanças nos termômetros. E, dizem os cientistas, têm grande peso nos recordes das últimas décadas.
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Por folha uol