Atlético-MG se mostra tranquilo com o elenco, após a saída de Diego Tardelli
Eduardo Maluf, diretor de futebol do clube alvinegro, comenta sobre negociação do atacante com o futebol chinês
Se o Atlético-MG vive a melhor fase de sua história de quase 107 anos, em termos de títulos e organização, o trabalho feito pela diretoria atual tem parcela desse sucesso. Um dos responsáveis por comandar as negociações no clube alvinegro é o diretor de futebol, Eduardo Maluf. O dirigente revelou os detalhes da negociação do atacante Diego Tardelli com o Shandong Lunneng, da China, e deu sua opinião sobre a realidade do futebol brasileiro, na qual jogadores estão optando cada vez mais por se transferir para mercados emergentes do futebol mundial, em detrimento a centros já tradicionais, como a Europa.
– Acho que mudou um pouco o conceito. Nós não vamos falar aqui de valores, mas essas propostas que os jogadores têm, para ir para um futebol desses, no caso o chinês, é uma coisa como se ele demorasse para eles ganharem aqui no Brasil, cerca de 10, oito anos. E a carreira do jogador é curta, ele pode vir a ter uma contusão grave, ele pesa tudo isso, e o que pesa mais para eles hoje é a parte financeira, indiscutivelmente. Antigamente, o jogador saía para ficar rico na Europa, hoje ele sai pra ficar milionário na China, e podem jogar dois ou três anos, e ainda são jovens, e podem voltar e buscar outras perspectivas, de jogar na Seleção, Copa do Mundo. Porque um contrato de três, quatro anos para um jogador jovem, ele vai estar com 25 anos, com uma carreira brilhante para frente, então mudou esse conceito que o jogador tem para sair do Brasil – comentou o dirigente atleticano.
Sobre a negociação envolvendo o atacante Diego Tardelli, que se transferiu para o Shandong Luneng, da China, revelou que era impossível manter o jogador no Atlético-MG, já que o desejo do atleta era conquistar a tão sonhada independência financeira no futebol asiático.
– Quando tem uma negociação, temos que ver alguns aspectos – o clube, o atleta, e o clube que está levando o atleta. O Tardelli tem 30 ano e, quando teve essa proposta, nos procurou e disse que essa era a proposta da vida dele. Daqui a seis meses, eu posso não ter mais, vocês me trouxeram, eu participei de todos os títulos, fui ídolo aqui, ele disse para a gente. Então, você tem que recompensar o jogador. O dinheiro que era para o Atlético-MG não era bom, e a negociação se estendeu. O Daniel (Nepomuceno, presidente do clube) foi firme no propósito e, na última reunião, chegamos a um valor que era bom para o Atlético-MG, e era bom para o Tardelli. É uma forma também de recompensarmos o atleta por tudo que ele deu ao clube, de retorno, de títulos, por ser ídolo da torcida. É um mercado emergente no futebol, o chinês, e que estão pagando fortunas. Então, nós conversamos com o Levir, é um jogador imprescindível, mas acho que o Atlético-MG está em um momento de saber o momento certo que o jogador pode sair. Quando o Ronaldinho Gaúcho saiu, a expectativa era triste, e o Atlético-MG deu uma guinada naquilo ali, com conquistas espetaculares, o Tardelli foi bem, e hoje o Levir está tranquilo com o elenco, com os jogadores que podem substitui-lo.
Diego Tardelli confidenciou que esperava uma proposta do futebol europeu, que não chegou, segundo Eduardo Maluf.
Não (proposta da Europa). Nós tivemos uma primeira proposta de outro clube da China, que nós não aceitamos e o foi se passando, até que o Cuca indicou o Tardelli para o time dele. Os valores eram abaixo daquilo que a gente queria, e por isso a negociação se estendeu, mas a procura pelo jogador foi exclusivamente pelo futebol Chinês.
Palavra final na negociação
Entretanto, apesar do desejo de Diego Tardelli se transferir para o futebol chinês, o diretor do clube alvinegro informou que o negócio só foi concretizado, quando os valores tornaram-se bons para o clube mineiro.
– O Atlético-MG é um clube de regime presidencialista, e a palavra final é do presidente. Sim ou não, e o melhor momento. Nós avaliamos de uma forma boa, em um primeiro momento o Tardelli falou que a diferença era tão grande, que eu não gostaria que vocês me fizessem uma contraproposta, meu ciclo terminou, e bem aqui. E, dentro de uma avaliação geral, a palavra final é do presidente, com o respaldo da diretoria, do diretor de futebol, e do técnico Levir Culpi.
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Por GloboEsporte.com