Agência federal pede interdição de plataforma da Petrobras que explodiu no ES
Agência Nacional de Petróleo enviou auto de interdição à estatal, além de ter notificado a concessionária BW Offshore a não realizar modificações ou obras no local do acidente
Dois dias após a explosão que deixou ao menos cinco mortos e quatro desaparecidos em Aracruz (ES), a Agência Nacional de Petróleo (ANP) enviou à Petrobras um auto de interdição ao navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, na tarde de ontem sexta-feira (13).
O acidente no navio-plataforma ocorreu na quarta-feira (11), por volta das 12h50, na sala de bombas local. O FPSO Cidade de São Mateus produz petróleo nos campos de Camurupim e Camurupim Norte, localizados na Bacia do Espírito Santo, a 120 quilômetros do litoral. As buscas pelos desaparecidos foram interrompidas no final da tarde desta sexta e devem ser reiniciadas neste sábado (14).
Além da Petrobras, que também foi notificada a apresentar documentos para ajudar na investigação do acidente, a concessionária BW Offshore foi contatada pela ANP. Responsável pela operação do navio-plataforma, a empresa não poderá alterar ou realizar modificações ou obras no local da explosão – a não ser se houver “necessidade crítica de estabilização estrutural”.
A ANP afirma que a plataforma seguia estabilizada na manhã desta sexta.
Plataforma estava irregular
Na quinta-feira (12), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-ES) divulgou nota à imprensa afirmando que a operação da unidade responsável por armazenar e produzir petróleo e gás estava irregular.
Segundo a nota, a BW Offshore, empresa do Rio de Janeiro contratada pela Petrobras para operar a plataforma, precisava ter um registro no Crea-ES para exercer seus trabalhos legalmente. Para atuar no Espírito Santo, a medida é obrigatória.
Além disso, o profissional de engenharia ou técnico que não seja do Estado também necessita emitir um visto no Conselho, o que também não foi cumprido. “A offshore já executa serviços no Espírito Santo desde 2009, mas não tem registro no Conselho profissional, portanto atuava de forma irregular”, pontuou o Crea-ES.
“Em 2012, o Crea capixaba propôs parcerias com a Polícia Federal, Ministério do Trabalho, Ministério Público Federal e Tribunais de Justiça para evitar a contratação ilegal de profissionais estrangeiros no Brasil, pois segundo o Conselho, grandes empresas que atuam no Espírito Santo têm contratado esses profissionais sem exigir o registro necessário”, resumiu o Conselho.
Um dia após o acidente, quatro pessoas ainda estão desaparecidas. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que o total de feridos na explosão foi de 25 pessoas.
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Por Último Segundo