Líderes cobram posição de Dilma sobre proposta de reajuste da tabela do IR
Em reunião realizada pela presidente Dilma Rousseff ontem (4), no Palácio do Planalto, lideranças da base aliada cobraram um posicionamento dela sobre o envio de uma nova proposta com a previsão de reajuste da tabela do Imposto de Renda de 2015.
Em dezembro do ano passado, os parlamentares aprovaram o reajuste de 6,5% na tabela do IR, mas a mudança foi vetada pela presidente, que defende um porcentual de no máximo 4,5%. O veto entrará na fila de propostas que poderão ser votadas na próxima sessão do Congresso, ainda sem uma data definida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
“Houve uma lembrança por parte do senador Eunício Oliveira (líder do PMDB) que a partir de hoje o veto à proposta do IR poderá ser votado a qualquer momento e, portanto, se o governo tem ou pretende ter alguma proposta alternativa, e nós acreditamos que o governo terá, é hora de se começar a discutir”, afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), após o encontro. A reunião também contou com a presença de demais lideranças da base aliada e dos ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Pepe Vargas (Relações Institucionais).
Na pauta do Congresso também constam outros quatro vetos da presidente Dilma que tratam, respectivamente, sobre a jornada de trabalho do psicólogo; critérios de indexação dos contratos de refinanciamento da dívida celebrados entre a União, Estados, o Distrito Federal e municípios; destinação de veículos de transporte coletivo de passageiros objeto de pena de perdimento; e a organização da Seguridade Social, para reduzir a contribuição social do empregador e do empregado doméstico.
Após a discussão dos vetos, a expectativa é que os parlamentares votem o projeto de Lei Orçamentária de 2015, que também está na lista de discussão. Para o senador Humberto Costa, a prioridade da base aliada, no entanto, deve ser a proposta do IR. “O orçamento é obvio que é importante para o País, para que seja votado logo. Mas creio que o mais importante neste momento é que possamos votar esses vetos e construirmos alguma proposta que diz respeito à tabela do Imposto de Renda”, ressaltou.
O petista reforçou o coro que vem sendo adotado por lideranças do partido, que defendem mudanças nas duas medidas provisórias encaminhadas pelo Executivo com propostas que mexem com benefícios trabalhistas e previdenciários. “Não digo que sejam mantidas exatamente com vieram. Até porque foram raríssimas as medidas provisórias que entraram aqui no Congresso e saíram iguais. Há sempre um aperfeiçoamento”, defendeu.
Segundo ele, no encontro não foi discutida a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, de devolver ao Palácio do Planalto a MP que reduz o benefício fiscal de desoneração da folha de pagamentos.
Na reunião, Dilma teria, entretanto, reforçado o discurso de que as próximas propostas deverão ser discutidas com integrantes da base. “A presidenta apresentou o conteúdo, as razoes das medidas que estão sendo apresentadas ao Congresso e ao País e, ao mesmo tempo, apresentou um horizonte da onde queremos chegar. Ela também assumiu um compromisso de que todas as MPs, projetos de lei e até mesmo medidas do governo, que não tenham necessidade de se transformar em lei, serão discutidas previamente com os lideres da base, a exceção àqueles que podem impactar o mercado financeiro”.
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Por A Tarde