Com “acelerador mais forte que freio”, Galvão Bueno lança livro em São Paulo

Com 11 anos de atraso, narrador da TV Globo lança obra escrita em parceria com jornalista Ingo Ostrovsky e aprova definição do amigo Ronaldo Fenômeno no prefácio
Dono de bordões marcantes como “haja coração!” e de narrações inesquecíveis como as vitórias de “Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do Brasil”, ou o “é tetra, é tetra” da Seleção na Copa do Mundo de 1994, o narrador Galvão Bueno lança nesta terça-feira, em São Paulo, seu primeiro livro: “Fala, Galvão!”, escrito por ele em parceria com o jornalista Ingo Ostrovsky. O título não poderia ser mais apropriado. Há 41 anos, ele fala a milhões de ouvidos. Conta histórias. Ou, como ele mesmo gosta de dizer, vende emoções.
Publicação da Globo Livros, a obra, filho caçula de Galvão Bueno, nasce com 11 anos de atraso, e tem no prefácio, escrito pelo amigo Ronaldo Fenômeno, uma definição inédita sobre o narrador.
Ele falou uma coisa que eu não havia pensado sobre mim: que eu tenho o acelerador muito mais forte do que o freio. Por isso, talvez, eu fale tanto. Normalmente, mais do que eu devo. Assim eu sei viver, assim eu sei ganhar minha vida, com profundo amor pelo meu trabalho.
A primeira ideia do narrador era lançar quando completasse 30 anos de carreira. Depois, adiou para os 40, comemorados em março de 2014. Porém, a ebulição da Copa das Confederações e a realização da Copa do Mundo no Brasil levaram para 2015 o surgimento do “Fala, Galvão!”.
Eu tenho muitas histórias, sou um contador de histórias, um vendedor de emoções. Contei histórias durante mais de 40 anos para os telespectadores e ouvintes, nos anos em que trabalhei no rádio, mas eu sentia que faltava alguma coisa que viesse mesmo do coração – afirmou o narrador da TV Globo, que também explicou os motivos do “atraso”.
Completei 40 anos de carreira em março do ano passado, mas o Brasil vinha da Copa das Confederações, de momentos em que o país entrou em ebulição, a tampa da panela de pressão explodiu com reivindicações sociais justas, violência à parte, pois sou totalmente contra à violência gratuita, tanto de manifestação quanto de repressão. À medida que as ruas cresciam, crescia também a autoestima da Seleção e do torcedor brasileiro nos estádios. Era necessário esperar a Copa do Mundo.
Galvão e Ingo passaram incontáveis horas relembrando histórias para rechearem as 312 páginas do livro, das quais ficaram uma certeza: há material para novas edições. O livro é dividido em três partes: na primeira, do futebol, destaque para uma foto inesquecível: Galvão e Pelé.
Tem foto melhor que essa? O Pelé fazendo 50 anos e eu fazendo 40, a última vez que ele jogou pela seleção brasileira. E ainda jogava muita bola! – exclamou Galvão. Apenas um aperitivo de um dos tantos casos relatados em sua obra.
A Fórmula 1, é claro, também merece destaque. Galvão se derrete pela foto que reúne Ayrton Senna, Alain Prost, Nigel Mansell e Nelson Piquet: quatro “gênios” em sua definição. Na parte final, o lado mais pessoal do narrador, que dedica páginas e mais páginas a grandes parceiros como Ronaldo Fenômeno, Arnaldo Cézar Coelho, Reginaldo Leme, entre outros.
O lançamento está marcado para às 18h30 desta terça-feira, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Na quarta-feira, o narrador estará na Livraria Cultura do Salvador Shopping, a partir das 19h, e na quinta-feira, no mesmo horário, na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon. Leia aí que é divertido – finalizou o autor.
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Por Globo Esporte.com