Recuperada de lesão, Maya projeta o Guiness Book com recorde em Nazaré
Surfista fez duas cirurgias nas costas para curar hérnia, que piorou após acidente em Portugal. Ela revela por que não compete Mundial e torce por pai longe da presidência
Recuperada de uma hérnia de disco que a incomodava há anos, que a obrigou a realizar duas cirurgias nas costas, no ano passado, Maya Gabeira não vê a hora de voltar a enfrentar gigantes. No roteiro dos “monstros dos mares”, o próximo desafio da carioca será a Praia do Norte, em Nazaré, Portugal, local do grave acidente que quase lhe tirou a vida, em outubro de 2013.
Ela busca quebrar o recorde de maior onda surfada. Embora tenha medo de altura, a surfista de 28 anos é considerada uma das melhores do mundo em ondas grandes e já venceu cinco vezes o prêmio de “melhor performance” pelo “XXL Awards”, uma espécie de “Oscar” do surfe. Nesta terça-feira, Maya bateu um bate-papo com fãs no Facebook e respondeu uma série de perguntas, revelando planos, desejos e inspirações. Entrar para o Guiness Book (livro dos recordes), segundo ela, fecharia a sua carreira com chave de ouro.
– A coluna está indo… Estou 90% preparada, e falta só tempo para melhorar os outros 10%. Estou me preparando para o inverno na Europa e no Havaí e também vou experimentar o snowboard no Valle Nevado. O próximo desafio em ondas grandes será Nazaré, em outubro – disse a surfista, que também planeja surfar no Chile após uma temporada no Valle Nevado, que abriga uma famosa estação de esqui na Cordilheira dos Andes.
Em outubro do ano passado, um ano depois do acidente, Maya não pôde voltar a Nazaré ao lado de Carlos Burle e Pedro Scooby, seus companheiros de equipe, por ainda estar se recuperando das cirurgias. Apesar de não estar apta ainda para caçar os enormes “swells” que há anos se tornaram parte de sua rotina, ela já voltou a surfar ondas menores. Segundo ela, o seu objetivo é “continuar evoluindo sempre”.
A big rider, que tem a vida dos sonhos, viajando pelo mundo em busca das melhores ondas do mundo, contou o por que de não competir no Circuito Mundial: “Eu não poderia competir com a Stephanie Gilmore (australiana hexacampeã mundial)”. Para o surgimento de novos talentos no surfe feminino brasileiro, a carioca frisou a importância de se investir na base, principalmente, entre as mulheres. Maya comentou sobre o bom momento do surfe brasileiro e rasgou elogios à Silvana Lima, a única representante do Brasil na elite da modalidade.
– Temos que investir na base, se não, ficamos desfalcados. A maior dificuldade de um atleta é conseguir o apoio de patrocinadores e a tender à demanda de viagens. O “Brazilian Storm” (“Tempestade Brasileira”, apelido dado à talentosa geração do surfe brasileiro) está dominando. A Silvana surfa muito, mas estamos com desfalque na nova geração.
A surfista, que tem como inspirações Carlos Burle, Ayrton Senna, Usain Bolt e Maria Sharapova, contou que se não fosse seguir a carreira no esporte, poderia ter se arriscado na indústria do cinema. Filha do escritor e ex-deputado federal Fernando Gabeira, ela contou, bem humorada, que espera ver o pai longe das eleições presidenciais.
– Coitado…Deixa ele fora desse problema – disse a surfista a um dos internautas que a perguntou se ela achava que o pai deveria ser presidente do Brasil.
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Por Globo Esporte.com