Kleber diz que não imagina retorno ao Grêmio e explica a briga com Felipão
Atacante deixou o Tricolor gaúcho após ação na Justiça e cobra R$ 30 milhões do clube, entre salários e pedido de danos morais. Dupla teve problema no Palmeiras
Foi a má relação de Luiz Felipe Scolari com Kleber que impediu que o atacante voltasse a jogar no Grêmio nesta temporada, após o retorno do Vasco, clube que defendeu por empréstimo em 2014. Desvinculado do Tricolor gaúcho desde o início do mês por via judicial, o Gladiador participou do “Seleção SporTV” de ontem (19) e disse não imaginar que, diante da demissão de Felipão, possa retornar ao clube de Porto Alegre.
– É uma coisa que não consigo nem pensar, não imaginei que isso fosse acontecer (a demissão de Felipão) e não sei nem em que pé está a briga judicial, está na mão do advogado. Não consegui nem pensar sobre isso porque acabou de acontecer. É uma coisa que no momento não passa pela minha cabeça, tem de sentar, conversar, resolver e decidir o que fazer – afirmou.
Além da desvinculação do Grêmio em caráter liminar, Kleber cobra ainda R$ 30 milhões do clube gaúcho. No processo, o jogador pede pagamento de multa por danos morais. Caso tenha êxito na tentativa, o Gladiador poderá receber mais R$ 17,3 milhões, sem contar a quantia oriunda da rescisão e dos atrasos em direitos de imagem (veja os valores aqui).
– Eu tinha contrato com Vasco até meio desse ano. O Vasco não pagava praticamente nada do meu salário, era uma ajuda de custo bem baixa. Eu trabalhava pelo Vasco e não recebia meu salário (do Grêmio), porque estava atrasado. O que me fez voltar para o Grêmio foi até isso, poder reivindicar de perto o meu direito, mesmo sabendo que não ia jogar pelo problema que tive com Felipão no Palmeiras. Fiquei treinando afastado até o momento que não deu mais. Não estava jogando nem recebendo, o que estava prejudicando até meu futuro. (Pensei) Não vou conseguir jogar em outro clube em nível alto porque não estou trabalhando em alto nível, e nem recebendo. Não tomei a decisão porque os salários estavam atrasados, afinal só recebi corretamente no primeiro ano, com outra diretoria. Depois que trocou, nunca mais recebi em dia. Já tive vários motivos para ir à Justiça. O que me fez entrar foi essa situação – explicou ele.
O problema de Kleber com Felipão vem de 2011, quando o atacante foi comandado pelo gaúcho no Palmeiras. Segundo o jogador, a postura do técnico diante da imprensa desagradava parte do elenco. Diante disso, o atrito entre os dois foi inevitável.
– Não concordo com algumas situações. Felipão no Palmeiras e Grêmio é ídolo, ícone, tenho consciência disso, todos os jogadores sabem da força e moral que ele tem. O que Felipão fala no Palmeiras e Grêmio é meio que lei. Eu não conseguia aceitar muito bem quando um treinador dava entrevista falando que era time de casado contra solteiro. Tudo cai em cima dos jogadores e não consegui assimilar isso. Eu expus isso e foi essa a nossa briga. Não concordava, teve um problema da torcida do Palmeiras com um jogador que acabou sendo agredido (João Vitor), que naquele momento a gente achou que fosse uma história e depois viu que foi outra. Eu não concordava. Quando entrava no jogos e via a torcida contra a gente, vaiando, eu achava que tinha a ver com as declarações dele, porque tem um nome muito forte. Foi esse o problema no Palmeiras e no Grêmio voltou a acontecer – afirmou ele, que listou alguns exemplos:
– Na última rodada vi declarações dele falando que precisa melhorar, que o Grêmio não é melhor que o Coritiba, eu discordo. Teve outro jogo no Gaúcho que ele saiu do banco antes de acabar o jogo e falou que não ia mudar o jogo. Você é jogador e vê seu treinador que você acredita dizendo que não acredita, a gente realmente não sabe o que fazer. Eu discordo dessas atitudes, eu expus isso no Palmeiras e tive esse problema – finalizou.
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Por SporTV