Após 86 dias, professores retomam aulas na Uneb

No entanto, estudantes da Universidade do Sudoeste do Estado (Uesb) ainda terão mais uma semana sem aula, devido paralisação de servidores
Professores das universidades estaduais voltaram à rotina acadêmica ontem (10), depois de quase três meses em greve – 86 dias. O fim da greve foi decretado na última quinta-feira (6), após assinatura de acordo entre o governo do Estado e o Fórum das Associações dos Docentes das Universidades Estaduais (ADs). No entanto, estudantes da Universidade do Sudoeste do Estado (Uesb) ainda terão mais uma semana sem aula, devido paralisação de servidores.
Na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), as atividades acadêmicas recomeçaram com todo gás. De acordo com a pró-reitora da universidade estadual, Khatia Sales, todas as aulas dos cursos de graduação tiveram início ontem. Já nos cursos de pós-graduação, os programas convocarão os alunos paulatinamente para as atividades que estiveram suspensas. O mesmo serve para os cursos de extensão.
Uma reunião do Conselho Superior de Ensino e Pesquisa, prevista para acontecer na próxima semana, deve definir um novo calendário acadêmico. Até então, foram 49 dias de aulas neste ano de 2015. Como a lei determina 100 dias de aula em cada semestre, ainda faltam 51 dias para que o primeiro semestre do ano seja concluído. Sendo assim, 2015.1 deve acabar em outubro.
Todas as aulas do curso de psicologia foram retomadas na última segunda-feira. No entanto, de acordo com a estudante do 5º semestre, Jéssica Dantas, 21, poucos estudantes compareceram. “Na minha sala, de 40 pessoas, só vieram uns 15, ou menos”, afirmou. Agora, a preocupação da universitária é quanto ao aprendizado, visto que as próximas aulas serão aceleradas para que o calendário acadêmico seja restabelecido. “Vai ficar tudo muito apressado pra terminar no ‘tempo deles’, então vão priorizar o tempo limite e não o aprendizado”, disse.
Gabriela Carvalho, 23, está no sexto semestre do curso Desenho Industrial. Ela apoiou a greve dos professores, mas acredita que muitas pessoas não levam a universidade e seus percalços a sério. “Apoio a greve e acredito que ela é essencial para melhorias, principalmente quando os interesses dos alunos também estão em pauta. Todavia, também penso que está na hora de o corpo docente e discente agir com prudência e tomar o posicionamento que seja melhor para nossa formação profissional. A universidade precisa ser levada a sério”, opinou. Para por um fim na greve, o governo se comprometeu a enviar projeto de lei à Assembleia Legislativa revogando a Lei 7.176/97 que, segundo os professores, interfere na autonomia da gestão universitária. Em 60 dias, serão implementadas as promoções, progressões e mudanças nos regimes de trabalho.
Atividades paradas em Conquista, Itapetinga e Jequié
Apesar do fim da greve dos professores, estudantes de Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié ainda terão mais uma semana sem aula. Isso porque os técnico-administrativos da Universidade do Sudoeste do Estado (Uesb) decidiram paralisar as atividades até a próxima sexta-feira (15), nos campi destas três cidades.
A paralisação foi decretada pela categoria em assembleia realizada na última sexta-feira (7). Os funcionários técnico-administrativos já haviam parado as atividades na semana passada, na quarta-feira (5). De acordo com o Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da Uesb, os trabalhadores pedem o restabelecimento do pagamento do adicional de insalubridade, ampliação do quantitativo de vagas para promoção funcional e abertura de concursos públicos para o setor.
A categoria também reivindica o percentual de 7% da Receita Corrente Líquida (RCL) para os orçamentos das universidades estaduais e 1% da RCL para o Programa de Desenvolvimento e Capacitação dos técnico-administrativos. Os servidores ainda querem que seja encaminhada para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) o projeto de lei para criação de carreira.
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Por Tribuna da Bahia