Sonnen: “Salvei o TUF ao mostrar meu extrato bancário a Wanderlei Silva”

Americano, cuja suspensão por doping termina em julho deste ano, revela conversa que teve com o rival brasileiro e como o convenceu a não abandonar o programa
A polêmica envolvendo Chael Sonnen e Wanderlei Silva no TUF Brasil 3, quando os dois acabaram chegando às vias de fato na academia que servia como cenário para o programa, ainda rende comentários no meio do MMA. Entrevistado pelo programa “MMA Houor”, Chael Sonnen falou sobre o ocorrido, e revelou alguns bastidores do evento, inclusive a solução que ele encontrou para convencer o brasileiro a fazer o show e deixá-lo desempenhar seu papel de vilão.

Chael Sonnen e Wanderlei Silva conversam durante as gravações do TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução/ TUF Brasil 3)
– Estávamos no Brasil e, no primeiro dia de filmagens do TUF Brasil 3, Wanderlei decidiu abandonar o show. Isso realmente aconteceu, e não foi bem mostrado na TV. Foi uma bagunça. Não podíamos deixar o local de gravações, tínhamos que trazer Wanderlei de volta, Dana estava em uma linha no telefone, e em outra Vitor Belfort dizendo que, se Wanderlei não voltasse, ele o substituiria. Foi nesse nível. Todos pensamos que o show não aconteceria.
Sonnen disse que tentou passar para Wanderlei Silva a ideia de que ele, Sonnen, seria o vilão do reality show, e que bastaria ao brasileiro ser o mocinho da história.
– Tentei passar a realidade para ele, da melhor maneira possível, porque o show inteiro estava a um passo de ser cancelado. Eu disse: “Wanderlei, o script é o seguinte: Eu sou o vilão, eu ofendi o país inteiro. Seja o mocinho. Se você me insultar, fizer bullying comigo, tentar brigar comigo ou ameaçar abandonar tudo, você me deixa vulnerável. E, se isso acontecer, eu me torno o mocinho, que é algo que eu não quero ser. Mas você quer, então aproveite esse papel. Eu continuarei sendo o vilão. Me ajude nisso, porque você vai acabar arruinando tudo.
O falastrão revelou ainda que, diante da resistência de Wanderlei Silva em aceitar a sua argumentação, a solução encontrada por ele foi ser, em suas próprias palavras, um “babaca”, mostrando ao rival sua conta bancária, para provar a efetividade de suas atitudes.
– Mas ele continuou falando de espírito esportivo e honra. Eu disse a ele: “Cara, isso aqui não é uma liga infantil de beisebol. Pegue tudo isso que seu treinador te ensinou ou você leu num biscotinho da sorte e enfie no c… Eu não ligo pra nada disso. Estamos falando de lutar em uma jaula. Não tem nada de honra e esportividade nisso. O negócio aqui é receber aplausos e um cheque, apenas isso.” Eu expliquei isso tudo a ele, mas Wanderlei começou a me dizer o que eu deveria fazer. Eu o disse para parar e falei: “Wanderlei, pode parar. Vou dizer algo que quero que fique entre nós dois, ok? Sou o lutador mais bem pago e o maior nome da história desse esporte. Você acha mesmo que deveria me dar conselhos, ou deveria recebê-los? Você não deveria estar me imitando?” Aí vem a parte em que eu fui um babaca. Peguei meu telefone – tenho conta no Bank of America – e entrei no aplicativo do banco. Acessei a minha conta e mostrei a ele o meu saldo. Ele olhou e eu disse: “Você acha mesmo que pode me dar conselhos, ou prefere pegar uma carona e deixar que eu leve o barco daqui pra frente?”. A expressão dele mudou na hora. Não posso garantir que ele concordou comigo imediatamente, as a confusão acabou ali. Sei que fiquei parecendo um babaca, mas foi o jeito que consegui dar para que ele mudasse. Eu disse: “Eu sei o que estou fazendo. Faça seu papel e me deixe conduzir as coisas.
Chael Sonnen finalizou a entrevista dizendo que só aceitará conselhos de quem tiver vendido tanto ou mais ingressos, camisas ou pay-per-views que ele.
– O resumo de tudo é que eu posso dizer pra todo mundo como agir, de jornalistas a fãs, passando por outros lutadores. Eu sei que muitos vão querer discutir, querendo me mostrar suas formas de fazer as coisas. Mas eu lhes direi: “Quando eu disser alguma coisa, não estou perguntando a sua opinião sobre como essa coisa deve ser feita. Estou dando uma aula. Façam o que eu disser. Quando vocês venderem tantos ingressos, camisas ou pay-per-views quanto eu vendi, aí sim vocês poderão dividir suas opiniões comigo, e eu ficarei feliz em ouvi-los. Mas, até lá, calem a boca e aprendam.
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Por Combate.com