Iguaí: Gramiro de Matos é redescoberto nos 50 anos da Tropicália
O escritor iguaiense Gramiro de Matos, também conhecido como Ramirão, terá livro reeditado e lançado em breve pela editora catarinense Cultura e Barbárie. A notícia foi divulgada hoje (05) em uma reportagem de destaque no jornal O Globo do Rio de Janeiro.
O autor, que nasceu em Iguaí, é neto de Ramiro Matos, um dos primeiros moradores do município, de quem herdou o nome, acrescentando mais uma letra e se tornando Gramiro de Matos em homenagem ao grande poeta barroco, o também baiano, Gregório de Matos.
Na década de 70, Ramirão morou no Rio de Janeiro e conviveu com grandes intelectuais como Jorge Amado, Glauber Rocha e era amigo de Waly Salomão e Torquato Neto, fazendo parte do movimento tropicalista, juntamente com esses seus dois parceiros.
Autor de “Urubu Rei” e “Os morcegos estão comendo os mamãos maduros”, bastante elogiados pela crítica na época, o autor, cuja literatura foi considerada “impenetrável”, devido aos experimentalismos pós-modernos, foi considerado por Jorge Amado como “a mais nova experiência da linguagem depois de Guimarães Rosa”. Jorge Amado também escreveu um texto de apresentação em “Os morcegos estão comendo os mamãos maduros”, um dos livros de Gramiro de Matos. Apesar disso tudo, o autor caiu no esquecimento na década seguinte, já que se mudou para Portugal para continuar os estudos acadêmicos, o que resultou em uma tese de doutorado: “Influências da literatura brasileira sobre as literaturas africanas de língua portuguesa”, publicada posteriormente no Brasil.
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Por José Carlos Assunção Novaes