Frederico Lourenço participa da Flip 2017
“Não conseguiria ser apenas helenista, apenas musicólogo, apenas historiador da dança, apenas escritor, apenas poeta. Preciso ter um leque amplo de coisas que me interessam. Descobrir constantemente novos desafios.” Em 2014, época da declaração, ao jornal português Público, Frederico Lourenço ainda não tinha começado o seu maior desafio: a tradução solitária de toda a Bíblia, do grego antigo para o português. Em 2017, o autor, que estará na 15ª Flip, terá publicado no Brasil pela Companhia das Letras o primeiro dos seis volumes da ambiciosa empreitada e a edição brasileira de Livro Aberto: Leituras da Bíblia (Oficina Raquel) uma coletânea de ensaios em que reflete sobre temas e passagens da Bíblia à luz de sua importância para a cultura ocidental, indo além do tradicional olhar religioso sobre o assunto.
Na Flip 2017, que acontece de 26 a 30 de julho, em Paraty, o autor irá debater as possibilidades da tradução entre línguas separadas por séculos, a os dilemas da condição humana que atravessam a cultura ocidental desde a Grécia Clássica até os dias de hoje, além de outros temas que permeiam todo o universo literário.
O autor
Frederico Lourenço, nascido em Lisboa, em 1963, é um dos mais proeminentes intelectuais portugueses da atualidade, com destacada obra como tradutor, ensaísta e ficcionista.
Estreou como romancista com o premiado romance Pode um Desejo Imenso (2002), primeira parte de uma trilogia que leva o mesmo nome, lançada como volume único em 2006, que ainda inclui O Curso das Estrelas (2002) e À Beira do Mundo (2003). Em 2004, publicou A Formosa Pintura do Mundo, coletânea de contos ficcionais. Também publicou dois volumes autobiográficos, Amar Não Acaba (2004) e A Máquina do Arcanjo (2006).
Em 2003, publicou sua tradução, direta do grego antigo para o português, de A Odisseia, de Homero, trabalho pelo qual recebeu o Prêmio Dom Dinis da Casa de Mateus e também o Grande Prêmio da Associação Portuguesa de Tradutores. Em 2005, foi a vez de A Ilíada, também atribuída a Homero. Do grego antigo, traduziu ainda as tragédias Hipólito e Íon, de Eurípedes.
A obra publicada de Frederico Lourenço ainda inclui coletâneas de ensaios sobre dança, cultura grega clássica e germanística, e livros de crônicas e poemas.
Atualmente, além do trabalho de tradução da Septuaginta – um dos nomes que recebe a coleção dos oitenta livros bíblicos escritos em grego antigo, entre séculos 1 e 3 d.C. -, é professor associado à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde leciona Estudos Clássicos, Grego e Literatura Grega.
“Frederico Lourenço é um destacadíssimo ensaísta e intelectual no campo dos estudos clássicos, tradutor da Ilíada, da Odisseia e agora da Bíblia em sua versão grega, um projeto de peso imenso”, afirma Joselia Aguiar, curadora da Flip 2017. “Foram poucos, e até agora todos padres, os que se dedicaram a essa tarefa, a de trazer para a língua portuguesa esse conjunto de livros que influencia toda a história do Ocidente, recuperando seu valor literário. Nesta Flip, será um daqueles momentos imperdíveis em que vamos fazer uma espécie de balanço da tradição ocidental a partir da literatura.”
Flip 2017
A 15ª edição da Flip, com curadoria de Joselia Aguiar, homenageia Lima Barreto e já tem confirmados os nomes de Marlon James, Diamela Eltit, Scholastique Mukasonga, Lázaro Ramos, Lilia Schwarcz e Felipe Hirsch.
Patronos 2017
O Programa de Patronos é um plano de mecenato voltado a pessoas físicas que apoiam a realização da Festa Literária Internacional de Paraty.
Além de contribuir para a viabilização dos 5 dias de evento, o patrono fomenta as ações educativas de permanência promovidas pela Flip no território.
Os benefícios incluem ingressos para a Programação Principal da Flip,convites para o coquetel de boas-vindas com a participação dos autores, e encontros com a curadora e com o diretor-executivo da Casa Azul, entre outras atividades.
Mais informações pelo e-mail patronos@casaazul.org.br.
Quem faz a Flip
A Casa Azul é uma organização da sociedade civil de interesse público e sem fins lucrativos que desenvolve projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo,educação e cultura. Há mais de vinte anos, desenvolve ações capazes de potencializar transformações no território, a exemplo da Flip. Em Paraty, onde a associação se originou, esse processo levou à realização de ações de permanência, como a Biblioteca Casa Azul e o Museu do Território de Paraty, que seguem em funcionamento durante todo o ano.
Patrocínio
A programação da Flip é realizada por meio da lei de incentivo à cultura do Ministério da Cultura do Governo Federal e conta com patrocínio do Itaú, da EDP e de outras empresas e organizações em vias de captação.