Centenário de Mestre Didi é celebrado com lançamento de documentário na Sala Walter da Silveira em Salvador
Vencedor do edital Agosto da Igualdade 2017 da Sepromi, a obra é uma homenagem ao escultor, escritor e sacerdote
Dirigido por Emilio Le Roux, Hans Herold e Silvana Moura – com produção executiva de Djane Moura Cruz – o documentário Alápini, A Herança Ancestral de Mestre Didi Asipá revive a história do sacerdote através das memórias e relatos dos membros do terreiro Asipá e de sua família, pessoas que conviveram bem de perto com ele.
Como artista plástico, Mestre Didi difundiu costumes, línguas, estéticas, literatura e mitologia dos povos africanos, principalmente a sua religião, aprofundando o conhecimento dos alunos sobre as influências dessa cultura na formação nacional brasileira. Em suas obras, Mestre Didi manipula materiais e formas, objetos e emblemas que das entidades sagradas, unindo produção artística e prática religiosa. Com apoio da SEPROMI, da Sociedade Religiosa e Cultural Ilê Asipá e da Associação Beneficente Cultural e Carnavalesca Bloco Afro Idará, o lançamento do filme será no dia 30/11, às 19h30, na Sala Walter da Silveira – Biblioteca Pública dos Barris. Entrada Franca.
Os diretores conheceram Mestre Didi (1917-2013) há alguns anos, começaram a frequentar o Asipá e ficaram fascinados com a sua sabedoria, elegância e grandeza. Incentivados por José Félix, neto do escultor, aceitaram o desafio da homenagem.
“Mestre Didi é um dos grandes nomes da cultura brasileira, um sábio, conhecedor profundo do culto aos egungus, do candomblé. Tentamos mostrar esses talentos múltiplos do Mestre: sacerdote, artista, escritor, dramaturgo, educador… É um dos grandes brasileiros do século XX, precisa ser conhecido nesse país. Sua vida é um exemplo! Ele viveu para preservar a herança dos seus ancestrais, logo temos que preservar o legado desse ser incrível”, explica a jornalista e diretora Silvana Moura.
Bio Mestre Didi (1917-2013) – Mestre Didi nasceu em 2/12/1917, filho da famosa Iyalorixá Mãe Senhora do Opô Afonjá, conviveu com a fundadora do famoso terreiro de São Gonçalo, Mãe Aninha Oba Biyi e ganhou o título de Assogba. Depois foi iniciado ao culto de egunguns e se tornou Alápini, o supremo sacerdote do culto aos ancestrais no Brasil. Mestre Didi é um homem especial, reconhecido mundialmente pela sua produção artística e intelectual, além do seu papel fundamental na preservação da cultura afro-brasileira.
Descendente de uma antiga linhagem ketu, foi iniciado no culto do orixá Obaluaiyê, que juntamente aos orixás Nanã e Oxumaré constituem o Panteão da Terra para os Iorubas, servindo esses orixás como inspiração para suas produções. Como parte do Panteão da Terra, a força desses orixás estaria em elementos naturais como plantas e alguns objetos minerais, o que levou Mestre Didi a utilizar em suas esculturas materiais retirados da natureza, como palhas de palmeiras, conchas e búzios. As cores utilizadas também remetem a princípios sagrados, tendo por base o preto, o vermelho e o azul.
No aspecto da organização social, Mestre Didi deu continuidade a sua herança africana e as suas diversas iniciações ao criar, em 1980, o Ilê Asipá, uma comunidade e terreiro de culto aos ancestrais Egum, onde são zelados os antepassados da linhagem Asipá e aqueles ancestrais trazidos da África. Com essas ações, Mestre Didi se tornou um dos principais sacerdotes de origem africana no Brasil, exercendo forte influência em Salvador, principalmente.
Lançamento do documentário Alápini, A Herança Ancestral de Mestre Didi Asipá
Local: Sala Walter da Silveira – Biblioteca Pública dos Barris – Rua Gen. Labatut, 27 – Salvador – Bahia.
- Data: Quinta (30)
- Horário: 19h30
- Gratuito
Por SecultBA