Morre em Brasília o jornalista Toninho Drummond
Diretor da Globo em Brasília por 25 anos, ele morreu aos 82, neste sábado (24), por falência de múltiplos órgãos.
Morreu neste sábado (24) o jornalista Antonio Carlos Drummond, ex-diretor da TV Globo em Brasília, conhecido como Toninho Drummond, aos 82 anos. Ele estava internado com pneumonia e infecção nos rins e morreu de falência de múltiplos órgãos. O corpo será cremado na segunda-feira (26).
O jornalista comandou por 25 anos a direção da sucursal de Brasília e aposentou-se em julho de 2012. No final daquele ano, recebeu uma homenagem especial do prêmio Engenho de Comunicação, como personalidade da comunicação.
Ele participou de coberturas importantes da cena política brasileira, como a primeira eleição direta para presidente, em 1989; e o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992. Também esteve presente da entrevista exclusiva do ex-presidente Ernesto Geisel à TV Globo dentro do trem-bala que ia de Tóquio para Kioto. Na ocasião, Geisel falou sobre as dificuldades de comandar o país. Toninho também participou da implantação do Bom Dia Brasil.
Toninho Drummond nasceu em Araxá, Minas Gerais, em 31 de janeiro de 1936. Mudou-se para Belo Horizonte para estudar direito, curso que não chegou a concluir, pois começou a trabalhar como jornalista. Iniciou sua carreira no início da década de 1960, como repórter do jornal O Estado de Minas, primeiro cobrindo polícia e, em seguida, política. Simultaneamente, trabalhava na sucursal mineira do jornal Última Hora.
Afastou-se das atividades jornalísticas entre 1966 e 1970, durante o governo de Israel Pinheiro em Minas Gerais, que o convidou para ser seu assessor. Três anos depois, no entanto, voltou a trabalhar com jornalismo, dessa vez na televisão. A convite de Armando Nogueira, então diretor da Central Globo de Jornalismo, assumiu a direção do jornalismo da Globo em Brasília. Inaugurada em 21 de abril de 1971, o sinal da emissora atingia, além do Distrito Federal, as cidades de Goiânia, Anápolis, Cristalina, Luziânia e outras localidades de Goiás.
Toninho Drummond entrou para a Globo com a incumbência de fortalecer a participação da capital federal nos telejornais de rede e incrementar o noticiário político. Para implementar seu projeto, precisou enfrentar um difícil momento da política nacional brasileira. Devido à contundente atuação da Censura durante o governo do general Emilio Garrastazu Médici, o jornalismo político tinha pouca expressão nos telejornais da emissora, o que fazia com que Brasília quase não participasse da programação de rede. A sucursal produzia basicamente o noticiário local, cobrindo os acontecimentos e problemas da cidade.
Somente com a chegada do general Ernesto Geisel ao poder, em março de 1974, as relações do jornalismo com o governo melhoraram. Geisel iniciou um processo de abertura política lento e gradual, e teve como uma das medidas a diminuição da severa ação da censura sobre os meios de comunicação.
Diplomaticamente, Toninho Drummond construiu espaço para o desenvolvimento do jornalismo da Globo em Brasília. Sob sua direção, o jornalismo da emissora desenvolveu-se, aumentando sua equipe e sua participação no noticiário nacional. Os repórteres passaram a cobrir diariamente o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e os ministérios, ampliando as notícias sobre política brasileira em todos os telejornais, especialmente no Jornal Nacional.
Por G1