Morre Bernardo Bertolucci, último grande mestre do cinema italiano

Nascido em Parma, no norte da Itália, em 16 de março de 1941, sua chegada ao mundo da cultura e da sétima arte não foi casual, já que ele pertencia a uma família de reconhecidos escritores e cineastas italianos.
Suas obras nunca deixaram público e crítica indiferentes, algumas suscitaram enormes polêmicas como Último Tango em Paris (1972), que narra a conflituosa história de amor protagonizada por Maria Schneider e Marlon Brando e foi censurada em diversos países.
Palma de Ouro
Entre os vários prêmios que recebeu, Bertolucci foi agraciado com o Leão de Ouro à carreira no Festival de Veneza em 2007 e com a Palma de Ouro honorária no Festival de Cannes em 2011, além dos Oscars de Melhor Diretor e Roteiro (dividido com Mark Peploe) em 1988 com O Último Imperador.
Bertolucci entrou para o mundo do cinema com 20 anos, pelas mãos de outro grande cineasta italiano, Pier Paolo Pasolini, de quem foi assistente durante as gravações de Accattone – Desajuste Social (1961).
Sua primeira produção cinematográfica foi A Morte (1962), o ponto de partida de uma carreira brilhante como cineasta, que o colocou entre os mais importantes da história italiana, sempre em busca do intimismo e de uma análise contínua da juventude.
Após esse filme, Bertolucci dirigiu Antes da Revolução (1964) e O Conformista (1970), obras com as quais se consagrou como um diretor que trabalhava na introspecção de seus personagens.
A carreira internacional de Bertolucci se destacou com Último Tango em Paris, que recebeu duas indicações ao Oscar – melhor diretor e melhor ator (Marlon Brando) – em 1973 e, naquele mesmo ano, também recebeu outras duas indicações ao prêmio Globo de Ouro, a melhor filme e melhor diretor.
O cineasta não conseguiu nenhum desses prêmios, mas as indicações o situaram no primeiro escalão do cinema internacional.
Sucesso internacional
Bertolucci continuou seu sucesso internacional com 1900 (1974-1976), um filme dividido em dois atos, que retrata a vida camponesa da Itália da Grande Guerra e do fascismo.
Em 1987, o italiano lançou o longa metragem que lhe trouxe maior reconhecimento, O Último Imperador, que acabou recebendo quatro Globos de Ouro e nove Oscars, entre eles, os de melhor filme, diretor e roteiro. O filme resgata a figura de Puyi, o imperador da China derrubado pela revolução de 1911.
Seis anos depois, em 1993, estreou outro grande sucesso, O Pequeno Buda, a história de uma criança americana que monges budistas acreditavam ser a reencarnação de um de seus lamas.
Em 2003, Bertolucci dirigiu Os Sonhadores, depois do qual sofreu um grave problema nas costas que o obrigou a ficar em cadeira de rodas.
Seu último filme é de 2012, Eu e Você, no qual voltou a tratar o tema dos jovens.
Por Agência Brasil