Nova geração compõe 30% da deleção brasileira no Mundial de Atletismo de Dubai
Seleção contará com 43 atletas na competição que terá início nesta quinta-feira, 7.11, nos Emirados Árabes Unidos
Quase um terço da Seleção Brasileira que disputará o Mundial de Atletismo Paralímpico a partir desta quinta-feira, 7.11, é de atletas jovens, com até 23 anos. Ao todo, a equipe nacional tem 43 competidores de 17 estados e do Distrito Federal, que estarão em ação na pista e no campo do Dubai Club for People of Determination até 15 de novembro.
O percentual de atletas jovens está alinhado com o planejamento estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro. “Faz parte de um novo processo do CPB pensar em medalhas a longo prazo, ter uma grande estrutura e uma renovação constantes. Esses jovens já fazem parte desse projeto. Nós identificamos talentos e demos continuidade à formação com suporte e trabalhando junto com os treinadores dos seus clubes. Acredito que os que estão aqui em Dubai podem já chegar ao pódio dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020”, disse Jonas Freire, diretor-técnico adjunto do Comitê.
Aos 18 anos, o paulista Thomaz Ruan já levou o Brasil ao pódio ao ser vice-campeão no salto em distância e nos 400m no Mundial de Jovens de 2017, na Suíça. O atleta da classe T47 nasceu com má-formação no braço direito e correrá apenas a prova de pista no Oriente Médio. “Estou muito feliz por estar no meu primeiro Mundial Adulto. Tive uma grande caminhada até aqui, então fico grato por estar junto de outros grandes atletas e representar o Brasil. Aqui, a atmosfera é outra. Fico mais animado e esperançoso para o dia da prova”, relatou.
Outra jovem é a maranhense Rayane Soares, 22 anos, que disputará seu primeiro Mundial. A velocista tem baixa visão devido a microftalmia bilateral congênita e correrá os 100m, os 200m e os 400m da classe T13 em Dubai. “Hoje realizo sonhos impensáveis. Nunca passou na minha cabeça que estaria em Dubai ou outro país. Estou ansiosa para competir logo, principalmente os 400m”.
Entre os jovens da Seleção também estão atletas que já têm familiaridade com o pódio, como o paraibano Petrucio Ferreira, recordista e campeão mundial dos 100m T47 (para amputados de braço), o paulista Daniel Martins (T20), recordista e bicampeão mundial dos 400m T20 (para deficientes intelectuais) e a paulista Verônica Hipolito, que faturou a prata nos 100m e o bronze nos 400m T38 (para paralisados cerebrais) nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Todos têm 23 anos.
Em agosto, 60 competidores do atletismo participaram dos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019, em que conquistaram 82 medalhas, sendo 33 de ouro, 26 de prata e 23 de bronze. Foi a segunda modalidade mais laureada na capital peruana, atrás apenas da natação. Estarão em Dubai 36 dos atletas brasileiros que competiram no Peru – 32 deles subiram ao pódio no evento continental.
Cerca de 1.400 atletas, de 120 países, competem em 172 provas no Mundial de Dubai 2019. A última edição do Mundial de Atletismo foi realizada em julho de 2017, em Londres. Naquela competição, o Brasil ficou em nono no quadro-geral de medalhas. A equipe nacional foi composta por 25 atletas e conquistou 21 medalhas, sendo oito de ouro, sete de prata e seis de bronze. O melhor desempenho do Brasil em um Mundiais aconteceu em Lyon, em 2013, quando 40 medalhas foram conquistadas (16 ouros, dez pratas e 14 bronzes).
Por Comitê Paralímpico Brasileiro