Marlon James é o primeiro autor confirmado da Flip 2017
Marlon James tinha seis anos quando Bob Marley, então um símbolo da contracultura e da luta racial, sofreu uma tentativa de assassinato.
Aquela Jamaica da década de 1970 é o pano de fundo de seu romance A Brief History of Seven Killings, que fez do escritor o primeiro jamaicano a receber o Man Booker Prize, um dos mais prestigiados prêmios literários em língua inglesa, em 2015. Na Flip 2017, que acontece de 26 a 30 de julho, em Paraty, o autor falará de sua história de vida, sua experiência com a literatura, com o racismo, da vida como estrangeiro nos EUA e de seus pontos de contato com o Brasil e os brasileiros.
O autor
Nascido em Kingston, na Jamaica, em 1970, o escritor Marlon James, primeiro jamaicano a participar da Flip, define a si mesmo como um “nerd”. Filho de um advogado – leitor de Shakespeare – e uma investigadora policial, cresceu em um típico subúrbio anglo-saxão – importado para os trópicos –, foi educado em colégio inglês e sempre mais afeito à leitura do que aos esportes.
No Wolmers Boys School, o garoto sofria também a discriminação por ser efeminado – e gay – num país que se libertou da Inglaterra, mas não da lei de criminalização da homossexualidade. James teve então de libertar-se de sua terra-natal.
Com duzentos dólares no bolso, partiu para os EUA, onde hoje leciona literatura no Macallester College, em St Paul, Minnesota, e escreveu o livro que o faria conquistar um dos maiores prêmios literários mundiais – isso depois de ter seu primeiro romance, John Crow’s Devil (2005), recusado 48 vezes. O segundo, The Book of Night Women (2009) ganhou o Dayton Literary Peace Prize e foi finalista do National Book Critics Circle Award.
A Brief History of Seven Killings, que será publicado no Brasil em junho pela Intrínseca com o título Breve História dos Sete Assassinatos, é um épico de 686 páginas, que narra, por meio da multiplicidade de vozes e idiomas, o assassinato de sete homens da equipe de Bob Marley. A trama – real – ganhou personagens, vozes, fantasmas e alterna o inglês culto e as gírias jamaicanas e do Harlem, em Nova York, com doses de escatologia, o que o torna um desafio de linguagem.
“Marlon James não só fez um livro inventivo do ponto de vista linguístico, combinando o inglês culto ao patois jamaicano, como também o fez com uma estrutura ousada de dificílima execução–trata-se de um épico de alta temperatura que acumula mais de 70 personagens, que se alternam como narradores, numa época de grande turbulência política e social”, afirma Joselia Aguiar, curadora da Flip 2017. “Na Flip de Lima Barreto, que tanto desejou alcançar a glória na literatura, o primeiro confirmado é Marlon James, que virou celebridade com um romance que gira em torno de uma grande figura da cultura negra, Bob Marley. ”
Segundo o diretor geral da Flip, Mauro Munhoz, “a escolha de um autor cuja obra recente está marcada pela diversidade de linguagens se casa perfeitamente com a experiência Flip e as características do território de Paraty, também marcado por essa mesma diversidade.”
Patronos 2017
O Programa de Patronos é um plano de mecenato voltado a pessoas físicas que apoiam a realização da Festa Literária Internacional de Paraty.
Além de contribuir para a viabilização dos 5 dias de evento, o patrono fomenta as ações educativas de permanência promovidas pela Flip no território.
Os benefícios incluem ingressos para a Programação Principal da Flip, convites para o coquetel de boas-vindas com a participação dos autores, e encontros com a curadora e com o diretor-executivo da Casa Azul, entre outras atividades.
Mais informações pelo e-mail patronos@casaazul.org.br.
Quem faz a Flip
A Casa Azul é uma organização da sociedade civil de interesse público e sem fins lucrativos que desenvolve projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo, educação e cultura. Há mais de vinte anos, desenvolve ações capazes de potencializar importantes transformações no território, a exemplo da Flip. Em Paraty, onde a associação se originou, esse processo levou à realização de ações de permanência, como a Biblioteca Casa Azul e o Museu do Território de Paraty, que seguem em funcionamento durante todo o ano.
Patrocínio
A programação da Flip é realizada por meio da lei de incentivo à cultura do Ministério da Cultura do Governo Federal e conta com patrocínio do Itaú e de outras empresas e organizações em vias de captação.
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Por Ascom / Flip 2017