Grupo envia carta a presidenciáveis por melhorias no esporte
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A “Atletas pelo Brasil”, organização criada por atletas de diversas modalidades esportivas, divulgou uma carta aberta, nesta segunda-feira, para todos os candidatos à presidência da República com propostas para que todos esses objetivos sejam alcançados. Os atletas têm como missão desenvolver o esporte no país e, por meio dele, obter avanços sociais.
Inicialmente, o texto explora a importância da prática de esporte para a saúde de uma população (brasileira), que apresenta altos índices de sedentarismo e obesidade: “Os benefícios do esporte na saúde já são comprovados. O sedentarismo e a obesidade são problemas contundentes de saúde pública, uma epidemia mundial. Hoje, o Brasil gasta mais de R$ 12 bilhões por ano com problemas causados por suas consequências. Mais da metade da população brasileira está acima do peso e mais de 17% são obesos. Os poucos e frágeis dados sobre atividade física nas capitais brasileiras apontam que somente 33% fazem atividade física suficiente e 15% são totalmente inativos”.
Logo em seguida, a carta ressalta o papel da prática esportiva nas escolas, fundamental também para o desenvolvimento do raciocínio e saúde das crianças: “Essa disciplina deve estar no contexto pedagógico da escola, pois o esporte é um facilitador do aprendizado. Quando o profissional de educação física é qualificado e apresenta bons projetos, o resultado é sempre positivo. Contudo, hoje, isso depende do empenho pessoal do bom profissional”.
Os atletas associados também chamam a atenção para a situação do esporte de alto rendimento. Segundo a organização, a Lei 12.868/2013, que prevê uma série de medidas com foco na regulamentação administrativa do esporte, não está sendo cumprida e cobra uma maior fiscalização por parte do governo: “No caso do alto rendimento, a situação também não é animadora. Faltam ao país gestão e transparência nas organizações que administram o esporte nacional. A aprovação da Lei 12.868/2013 foi um marco e prevê limite de mandato aos dirigentes esportivos, participação dos atletas na gestão e sistema eleitoral, além de transparência. Contudo, o governo precisa avançar com a fiscalização do seu cumprimento, a regulamentação da participação dos atletas e a medição de desempenho das confederações e federações esportivas”.
Na carta, a organização também reclama da baixa quantidade de recursos direcionados para o investimento do esporte no Brasil e da errônea alocação da verba: “. As secretarias de esporte têm orçamentos limitados e não conseguem realizar ações em quantidade e com qualidade. Os recursos são usados para financiar torneios de futebol de várzea, que beneficiam um número pequeno de pessoas, ou para construir estádios e ginásios que acabam se deteriorando pela falta de uma cultura da prática de atividade esportiva pela população”.
Por fim, o texto sugere algumas propostas ao próximo governo, visando à melhoria do esporte. Sinteticamente, o que os atletas mais solicitam é a elaboração de metas para o reforço da prática esportiva nas escolas e uma maior fiscalização nos órgãos, que administram as principais modalidades esportivas no Brasil.
Entre os atletas associados, estão alguns nomes mais conhecidos da população, como o goleiro Rogério Ceni (futebol), Fernando Meligeni (tênis), Gustavo Borges (natação), Hortência (Basquete), Rubens Barrichello, Kaká (futebol), entre outros.
Confira, na íntegra, as propostas da “Atletas pelo Brasil”:
Para que o país reconheça e utilize todo o potencial do esporte, seja como direito de todos seja como excelência no alto rendimento, me comprometo com as seguintes propostas:
(I) Estabelecer metas quantitativas e de resultado para melhoria da atividade física e do esporte nas escolas com reflexo no plano plurianual e no orçamento, garantido a ampla participação, discussão, definição da sociedade civil desde a elaboração das ações voltadas às metas, como também em sua fase de execução e avaliação;
(II) Criar comitê interministerial para articulação de programas e projetos voltados ao Esporte, que envolva, no mínimo, os Ministérios do Esporte, Planejamento, Educação, Saúde e Cidades e com participação da sociedade civil;
(III) Implementar um esporte de qualidade em todas as escolas brasileiras, valorizando a importância da disciplina e promovendo um esporte inclusivo, que incentive a diversidade, o trabalho em equipe e a criação de valores;
(IV) Ter uma legislação que defina o Sistema Nacional de Esporte, estabelecendo competências, responsabilidades dos entes federativos, financiamento do esporte, democratização das entidades que administram o esporte, entre outros.
(V) Regulamentação do artigo da lei 12.868/2013 sobre participação dos atletas nas eleições dos dirigentes das entidades que administram o esporte;
(VI) Fiscalização efetiva do cumprimento da legislação, em especial que garanta a efetiva democratização das entidades esportivas;
(VII) Renovação da Lei de Incentivo ao Esporte;
(VIII) Desburocratização e celeridade na utilização da Lei de Incentivo ao Esporte;
(IX) Coleta periódica e disponibilidade pública de dados sobre atividade física e esporte.
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Por Terra