Cerca de 86% das crianças que estão em abrigos não encontram novos pais

Os adotantes só querem meninas, brancas e recém-nascidas. Cerca de 50% das crianças disponíveis são pardas
No Brasil, atualmente existem cerca de 33 mil pretendentes a adoção e 40 mil crianças abrigadas,apesar do número de crianças disponíveis ser maior e supostamente atender toda a demanda, apenas 5.600 delas estão disponíveis para adoção.
Isso porque as exigências postas pelos pretendentes, anulam 86% delas. Os adotantes só querem meninas, brancas e recém-nascidas. Cerca de 50% das crianças disponíveis são pardas.
Por conta disso, a Sub coordenação da Especializada de Proteção à Infância e ao Adolescente da Defensoria Pública da Bahia lançou nessa sexta (08.05), na Casa de Acesso à Justiça do Jardim Baiano, em Salvador, a quarta edição da campanha ‘Ação Cidadã Ame e Adote’, que acontece entre os dias 25 e 29 deste mês.
“Nossa campanha acontece desde 2009 e tem como propósito, incentivar a adoção e também regularizar a situação daquelas crianças que já estão a muito tempo com seus pais afetivos mas não regularizaram judicialmente a situação. Então nós faremos todos os esforços para promover a adoção ou a regularização dessa guarda, garantindo direitos aos pequenos e aos adolescentes,” explicou Maria Carmem de Albuquerque, Subcoordenadora da defensoria pública especializada na defesa da criança e do adolescente.
O propósito da iniciativa, que marca o Dia Nacional da Adoção (25 de maio), é concentrar atividades para ampliar o atendimento às famílias que ainda não tiveram oportunidade de legalizar a situação de guarda ou adoção, mas efetivamente têm uma convivência ou relacionamento afetivo.
Inicialmente as famílias, que se enquadram no perfil e já dispões da guarda ou da proteção de crianças ou jovens, deverão procurar as unidades da Defensoria, na capital e no interior, para fazer o cadastramento. Nesse processo, elas receberão esclarecimentos da ação e orientação sobre os procedimentos a serem adotados.
“São casos assim: Uma conhecida deixou a criança a muito tempo na casa de outra pessoa, ou até uma tia em que a mãe e o pai faleceram, uma avó que já toma conta, nesses casos, nos regularizaremos a guarda. Aquelas famílias que não tem laços consanguíneos que impeçam a adoção, nós vamos estimular a ação,” contou Albuquerque.
Para a subcoordenadora da Especializada, Maria Carmen Albuquerque, embora a atividade seja permanente – as pessoas interessadas podem buscar a ajuda da Defensoria Pública independentemente da campanha -, o objetivo é concentrar esforços para ampliar a divulgação e mostrar a importância do processo de legalização.
“Durante o período da campanha conseguimos ajudar até 90 famílias, mas esse atendimento acontece na verdade durante todo o ano, e a população pode buscar a defensoria, informar a situação e nós indicaremos os documentos necessários e regularizaremos tudo, o mais rápido possível,” pontuou.
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Por Tribuna da Bahia