Novembro Azul: A saúde do homem sem o toque retal.

A campanha do Novembro Azul tornou-se referência na missão de orientar a população masculina a cuidar melhor da saúde e realizar exames preventivos, com ênfase no câncer de próstata. Porém, vários estudos científicos coordenados por importantes instituições mundiais, apontam que o rastreamento da população masculina para o câncer prostático causa mais danos que benefícios.
Por mais que algo faça muito sentido e muitos especialistas jurem ser legítimo, uma conduta só é plenamente justificada se os resultados favoráveis forem demonstrados por meio de estudos científicos controlados. Temos tentado demonstrar as vantagens do rastreamento do câncer de próstata há décadas, com uma infinidade de estudos em todo o mundo, com milhares de pacientes, no entanto, há dados suficientes para desaconselharmos a realização do rastreamento.
Diante disto, em 2013, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), um órgão ligado ao Ministério da Saúde, que coordena as ações de prevenção e tratamento de câncer no Brasil, passou a recomendar que não se organizassem programas de rastreamento para o câncer da próstata, e que homens que demandassem espontaneamente a realização de exames de rastreamento fossem informados por seus médicos sobre os riscos associados a esta prática.
A população masculina deve ser vista de forma integral, com intervenções úteis para promoção e cuidados preventivos adequados, de forma regular. Entretanto, em relação a busca do diagnóstico precoce do câncer de próstata, as evidências científicas mais recentes, deixam claro que isso não deve ser feito através do PSA ou toque retal em pessoas assintomáticas ou sem história familiar positiva.
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Por Dr. Marlon Rocha Matos