Vela brasileira termina os Jogos Sul-Americanos com 100% de aproveitamento
João Pedro Souto de Oliveira, na classe laser, e Juliana Duque e Rafael Rizzato, na snipe, ficaram em primeiro lugar na Bolívia
Expectativa: ventos fracos, temperatura agradável. Vida real: ventos fortes, ar frio e água gelada. Foi assim o antes e o durante da participação da delegação brasileira da vela nos Jogos Sul-Americanos Cochabamba 2018, na Bolívia. Mesmo diante das dificuldades, o depois foi recompensador. Com 100% de aproveitamento na modalidade, o Brasil conquistou o ouro nas classes snipe, com Juliana Duque e Rafael Rizzato, e laser, com João Pedro Souto de Oliveira. Além das medalhas nas duas únicas classes que o país se inscreveu, o cenário da Represa Corani, no município de Colomi (estado boliviano de Cochabamba), surpreendeu todos competidores.
As regatas finais da classe laser foram disputadas na quinta-feira (31.05). João Pedro ganhou cinco das nove regatas disputadas na laser e liderou a competição do início ao fim. Foram apenas 14 pontos perdidos na competição. A medalha de prata ficou com Francisco Guaragna, da Argentina (22 pontos perdidos). O bronze foi para Ignacio Rodriguez, do Uruguai (também com 22 pontos perdidos, superado pelo argentino no desempate).
“A prova surpreendeu porque todo mundo estava esperando vento fraco e acabou que foi vento forte. Durante a fase de treinamentos para os Jogos Sul-Americanos, todos estavam tentando perder peso para chegar leve aqui, já que com vento fraco é melhor quando a gente está leve. Foram sete regatas de 15 nós ou mais. No final, foi ótimo para mim, pois foi bom que abriu o jogo para todo mundo”, afirmou João Pedro, já de barba feita após receber a medalha – entre o fim das provas a cerimônia do pódio, a organização demorou mais de duas horas.
“Eu já conhecia todos os competidores, pois competimos juntos no circuito mundial. Aqui na vela, todos os países mandaram o número um deles. Argentina teve uma classificatória e o Uruguai também mandou o melhor. No Brasil também teve a classificatória, que foi o Campeonato Brasileiro”, explicou o velejador, que, ao voltar para o Brasil começará sua preparação de dois intensos meses para o Mundial, competição classificatória para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. “Se seu conseguir ir bem, o Brasil já garante uma vaga para Tóquio. E depois disso, é foco total nos Jogos Pan-Americanos do ano que vem, Lima”, acrescentou João Pedro.
Somente depois da prova, no trajeto de volta da regata ao cais, João percebeu a beleza natural das montanhas da Cordilheira dos Andes que cercavam a raia. “A gente está tão focado na regata, que a paisagem em volta, a gente e não para olhar em nenhum momento. Durante a competição, a gente só está olhando para o adversário, para o outro barco, para o vento”, finalizou João Pedro, beneficiário do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.
Classe Snipe
Na segunda-feira (28.05), o Brasil já havia garantido lugar no topo do pódio da classe snipe, com Juliana Duque e Rafael Rizzato. A medalha de prata ficou com Matias Seguel e Maria Jesus Seguel, do Chile, e a de bronze com Daniel Verdier e Daniela Cardozo, da Argentina. Todas as cerimônias de premiação da vela nos Jogos Sul-Americanos foram realizadas na quinta-feira.
Por Rede do Esporte