Ana Marcela e Isaquias Queiroz conquistam o Prêmio Brasil Olímpico 2018

Maratonista aquática e canoísta foram eleitos, pela segunda vez juntos, os melhores atletas do ano no prêmio promovido pelo Comitê Olímpico do Brasil
Com o lema celebre, inspire e conquiste, o esporte brasileiro comemorou, na noite desta terça-feira (18.12), as conquistas de 2018 e homenageou os melhores atletas do ano. Durante a festa do Prêmio Brasil Olímpico (PBO), promovida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) no Rio de Janeiro, a maratonista aquática Ana Marcela Cunha e o canoísta Isaquias Queiroz foram escolhidos os Melhores Atletas do Ano, no feminino e no masculino. Foi a segunda vez que a dupla conquistou, junta, o maior prêmio do esporte olímpico brasileiro.
Isaquias, que conquistou o prêmio pela terceira vez na carreira (2015, 2016 e 2018), teve uma temporada brilhante. No Mundial de canoagem, disputado em Portugal, em agosto, conquistou dois ouros e um bronze. O ano também foi de medalhas em etapas da Copa do Mundo e do título nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia, em junho. No discurso de agradecimento, o atleta baiano fez questão de ressaltar a importância de seu treinador, Jesus Morlán, falecido há um mês, vítima de câncer.
“Gostaria de agradecer a todos os jurados que votaram para me escolher como atleta do ano, que disputei com outros grandes atletas. O público sempre vê só o atleta e não enxerga a organização que existe por trás, como a do treinador Jesus Mórlan, que faleceu há um mês. Sem ele eu não teria conseguido todos os resultados da minha carreira. Gostaria de agradecer também ao Lauro, novo treinador, que aprendeu bastante com o Jesus e que vai conseguir me levar a realizar o grande sonho de Jesus, que era conseguir a décima medalha (em Mundiais) e superar em Olimpíadas o grande atleta que é o Torben Grael”, disse.
A referência e ao objetivo de igualar, em Tóquio 2020, o número de medalhas do velejador Torben Grael. Ao lado do também velejador Robert Scheidt, Torben é dono de cinco pódios olímpicos. Os dois são os maiores medalhistas do Brasil. Isaquias soma três pódios (duas pratas e um bronze) conquistados nos Jogos Rio 2016, um deles ao lado do parceiro Erlon de Souza, a quem também agradeceu no discurso.
No feminino, Ana Marcela garantiu o segundo título (primeiro foi em 2015) da carreira.Ela também teve uma temporada incrível, com o tetracampeonato do Circuito Mundial de Maratonas Aquáticas. Ao longo do ano, a baiana de 26 anos venceu duas etapas da competição, em Belafontured, na Hungria, e em St Lac Jean, no Canadá. Isso além de somar um segundo lugar na etapa de Victoria, em Seychelles, e dois bronzes em Chun’an, na China, e em Abu Dhabi. “Eu não preparei nada porque pensei que não fosse levar o troféu. Gostaria de agradecer a todos os meus patrocinadores. Não estou representando só as mulheres, mas todo mundo do meu esporte. Estou muito feliz em poder conquistar esse título novamente”, agradeceu.
Isaquias, que conquistou o prêmio pela terceira vez na carreira (2015, 2016 e 2018), teve uma temporada brilhante. No Mundial de canoagem, disputado em Portugal, em agosto, conquistou dois ouros e um bronze. O ano também foi de medalhas em etapas da Copa do Mundo e do título nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia, em junho. No discurso de agradecimento, o atleta baiano fez questão de ressaltar a importância de seu treinador, Jesus Morlán, falecido há um mês, vítima de câncer.
“Gostaria de agradecer a todos os jurados que votaram para me escolher como atleta do ano, que disputei com outros grandes atletas. O público sempre vê só o atleta e não enxerga a organização que existe por trás, como a do treinador Jesus Mórlan, que faleceu há um mês. Sem ele eu não teria conseguido todos os resultados da minha carreira. Gostaria de agradecer também ao Lauro, novo treinador, que aprendeu bastante com o Jesus e que vai conseguir me levar a realizar o grande sonho de Jesus, que era conseguir a décima medalha (em Mundiais) e superar em Olimpíadas o grande atleta que é o Torben Grael”, disse.
O Prêmio Brasil Olímpico também homenageou o ciclista Henrique Avancini, que conquistou, no voto popular, o Troféu de Atleta da Torcida. “Esse momento mostra a força e a vontade dos ciclistas do Brasil, pelos quais eu luto tanto. Receber esse reconhecimento tem um significado enorme na minha carreira. Desde quando comecei como atleta eu sigo crescendo e aprendendo muito através da bicicleta. Ela trouxe tantas coisas boas na minha vida. Esse título é graças ao ciclismo”, disse.
Em um dos momento mais emocionantes da noite, o treinador de judô Geraldo Bernardes foi aplaudido de pé ao receber o Troféu COI Olimpismo em Ação. “Esse troféu é uma honraria muito grande e tem que ser dividido com todos os meus colegas do Instituto Reação que trabalham comigo e que por meio desse trabalho conseguem atender 1.600 crianças, para que suas vidas sejam transformadas pelo esporte”, ressaltou Geraldo.
O treinador transformou a judoca Rafaela Silva em campeã olímpica no Rio 2016. Ele também treinou Flávio Canto, bronze nos Jogos de Atenas 2004. Nascido em Recife, mudou-se para o Rio aos 5 anos e nunca mais saiu da capital fluminense. Ele fundou o Instituto Reação, que já atendeu mais de 4 mil crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social e treinou os judocas refugiados na Rio 2016 Yolande Bikasa e Popole Misenga.
Além de Geraldo, outros dois treinadores foram homenageados. O técnico da Seleção Brasileira de Vôlei masculina Renan Dal Zotto, que levou a equipe ao vice-campeonato mundial em 2018, e Fernando Possenti, técnico da nadadora Ana Marcela Cunha, foram escolhidos os Melhores do Ano. Renan recebeu o Troféu Bebeto de Freitas e Possenti o Troféu Jesus Morlán, que homenagearam essas duas personalidades do esporte brasileiro que faleceram em 2018.
Hall da Fama
O COB aproveitou a edição de 2018 do Prêmio Brasil Olímpico para lançar o Hall da Fama dos ídolos do esporte brasileiro. O medalhista olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima foi o primeiro a deixar a sua marca. Único a receber a medalha Pierre de Coubertin, maior honraria do Comitê Olímpico Internacional (COI), Vanderlei deixou as marcas de seus pés eternizadas no mural do COB.
“Faz mais de 10 anos que encerrei a carreira. Agora, a gente é surpreendido mais uma vez. É um privilégio fazer parte desse primeiro grupo de atletas a ser homenageado no Hall da Fama. Olhando para trás e vendo a carreira e a vida, acho que valeu a pena tudo o que vivi dentro do esporte e, sem dúvida, esse momento só pôde acontecer porque o esporte sempre esteve presente na minha vida. Não só nas conquistas, mas principalmente nos valores”, ressaltou Vanderlei Cordeiro.
Para o presidente do COB, Paulo Wanderley, o Hall da Fama é uma homenagem mais do que merecida para lembrar da história do esporte olímpico nacional. “Estamos começando agora e sabemos que muitos outros atletas irão deixar a sua marca aqui. Nesse primeiro momento são quatro atletas que estão representando toda a gama de atletas do Brasil”, explicou.
Além de Vanderlei Cordeiro de Lima, Torben Grael e as ex-jogadoras de vôlei de praia Jackie Silva e Sandra Pires, primeiras mulheres da história do Brasil a conquistar um ouro olímpico, em Atlanta 1996, também deixaram a marca de suas mãos eternizadas.

Vanderlei Cordeiro de Lima, Jaqueline Silva, Torben Grael e Sandra Pires. Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br
Durante a noite de homenagens, a ex-jogadora de vôlei de praia Jackie Silva também recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, por representar valores como coragem, espírito de liderança e eficiência.
Durante o discurso, Jackie falou sobre a luta e as dificuldades que enfrentou na carreira. “Esse prêmio é o símbolo de uma nova era do esporte nacional. Uma nova direção do COB. Tudo o que passei na minha carreira foi pela luta pelos direitos das mulheres. Direito de todas nós. Hoje, o que é mais importante, daqui em diante, é que nunca mais nenhuma mulher seja banida por protestar”, finalizou a campeã olímpica.
Por Rede do Esporte