Secretaria da Educação do Estado inaugura Classe Hospitalar no Hospital Couto Maia em Salvador
Professores e gestores escolares da rede estadual, além de profissionais da área da Saúde pública, participaram da inauguração, na última quarta-feira (20), da Classe Hospitalar instalada pela Secretaria da Educação do Estado no Hospital Instituto Couto Maia, que fica no bairro de Cajazeiras, em Salvador. A iniciativa, que beneficiará cerca de 200 estudantes internados no hospital, faz parte do Serviço de Atendimento à Rede em Ambiências Hospitalares e Domiciliares (SARAHDO), desenvolvido desde 2018 pela Secretaria da Educação em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado. O ato, realizado no auditório da instituição médica, contou com a presença dos secretários da Educação, Jerônimo Rodrigues, e da Saúde, Fábio Vilas-Boas.
O secretário Jerônimo destacou a importância da inauguração de mais uma Classe Hospitalar, dentro do programa SARAHDO, que já beneficiou 2.182 estudantes na Bahia, levando a “escola” para os hospitais por meio de professores da Educação Inclusiva, possibilitando aos alunos internados a continuação dos estudos. “É muito simbólico estarmos em um hospital em se tratando da abertura do ano letivo de 2019. Neste hospital, inicia-se hoje, com nossa equipe toda disposta, uma modalidade de Educação que tem sua especificidade, já que o padrão e a exigência não são os mesmos de uma sala de aula regular. Tem toda uma lógica de tempo, de conteúdo, de forma de abordagem, de acompanhamento, sob a coordenação da estrutura médica, cuja direção da ‘escola’ aqui é o diretor da escola. Então, temos que ter toda uma parceria combinada e o esforço é ainda maior dos nossos professores para que o estudante não se desligue dos estudos, mesmo estando em tratamento, e se sinta acolhido e confortado”, destacou.
A relevância das Classes Hospitalares para os estudantes-pacientes também foi enfatizada pelo secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas. “Esta é uma ação muito importante da Secretaria da Educação do Estado, que leva a Educação para os alunos que estão hospitalizados, vítimas de acidentes, de infecções, que necessitam de antibioticoterapia a longo prazo ou de doenças oncológicas. A nossa expectativa é que, ao longo dos próximos meses, tenhamos cada vez menos pessoas internadas nos hospitais e que este programa inclusivo possa crescer, mantendo o alto nível da Educação, bem como a autoestima e o estímulo intelectual elevados, que são fundamentais para a recuperação da saúde”, declarou.
Motivação – Determinada, a estudante Laizier Gomes, 28, matriculada no 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Assis Chateaubriand, conta que seu sonho é ingressar em uma universidade e que está ansiosa para começar as suas atividades pedagógicas no leito do Hospital Instituto Couto Maia, onde está internada há mais de um mês. “No ano passado, por motivos de saúde, não pude estudar, mas este ano eu me matriculei. Só que a vida me passou outra rasteira e tive que me hospitalizar. Mas, agora, estou muito feliz porque não vou ficar parada enquanto estiver internada. Vou aproveitar ao máximo para quando eu ganhar alta e voltar para a sala de aula poder acompanhar as aulas regulares, junto aos colegas. Sem estudos não somos nada e meu sonho é estudar para ser advogada”, relatou.
O professor Delson Miranda Santos, locado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), passou por formação para vivenciar a primeira experiência de atuar em Classes Hospitalares. “Minha expectativa é grande e, durante a minha capacitação, pude observar o quanto os estudantes que estão internados são interessados em ocupar seu tempo com o aprendizado. Estou na Educação há 25 anos e esta oportunidade me traz grande entusiasmo, porque estarei contribuindo para a valorização do ser humano, do resgate de sua autoestima, da sua inserção no contexto escolar do qual ele tem pertencimento, fazendo do ambiente hospitalar um lugar melhor”, disse o educador.
Sobre as Classes Hospitalares – A iniciativa ligada ao Serviço de Atendimento à Rede em Ambiências Hospitalares e Domiciliares (SARAHDO), que já beneficiou mais de dois mil estudantes da rede estadual, atende em hospitais e, também, em domicílio aqueles estudantes que estão impedidos de frequentar a escola. Em Salvador, está em funcionamento desde junho de 2018 a Classe Hospitalar do Hospital Geral Roberto Santos. A modalidade de ensino é direcionada a estudantes da rede estadual enfermos do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), assegurando-lhes escolaridade, atendimento educacional especializado e tratamento personalizado e humanizado, no âmbito da Educação Inclusiva.
Além dos Hospitais Roberto Santos e, agora, Couto Maia, a rede conta com Classes Hospitalares e Domiciliares no Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus; nos Hospitais Manoel Novaes e Calixto Midlej e nos Grupos de Apoio à Criança com Câncer e ao Paciente Oncológico, em Itabuna; no Hospital Estadual da Criança; e no Hospital Geral Clériston Andrade, ambos em Feira de Santana, além de 12 atendimentos domiciliares em Salvador e um em Itabuna.
Por Ascom / Secretaria da Educação Bahia