Papa nomeia mulheres para cargos-chave no Vaticano pela primeira vez
Elas foram nomeadas para a secretaria-geral do Sínodo dos Bispos, instituição permanente vaticana que se encarrega de preparar a assembleia do Sínodo e de aplicar suas conclusões. A próxima reunião está marcada para outubro e vai discutir a Amazônia.
O Papa Francisco nomeou quatro mulheres como consultoras na secretaria-geral do Sínodo dos Bispos, considerado um departamento chave no Vaticano, na sexta-feira (24). É a primeira vez que mulheres ocupam este cargo na Igreja Católica, informou a Santa Sé, desde que o sínodo foi fundado, há mais de 50 anos.
O Sínodo é uma assembleia de bispos que representam o conjunto de todos os bispos da Igreja Católica e tem a missão de ajudar o Papa no governo da Igreja. Ele também pode oferecer orientações sobre a doutrina católica que podem ser transformadas em lei pelo pontífice. Foi estabelecido em 1965 pelo Papa Paulo VI.
Três freiras e uma mulher não ordenada na Igreja foram nomeadas para a secretaria-geral, uma instituição permanente vaticana que se encarrega de preparar a assembleia do Sínodo e de aplicar suas conclusões.
“É uma ótima notícia, porque, até agora, não havia estruturas para as mulheres terem influência nos sínodos enquanto estão sendo preparados”, disse à Reuters Zuzanna Fliosowska, gerente geral do Voices of Faith, um grupo de defesa internacional que promove um papel maior para as mulheres na Igreja.
A próxima reunião do grupo, marcada para outubro deste ano, vai discutir as necessidades da Igreja na região da Amazônia – como, por exemplo, a escassez extrema de padres, diz a Reuters.
Duas das quatro nomeadas são italianas – a irmã Alessandra Smerilli, professora de economia, e Cecilia Costa, professora de sociologia. As outras são a Irmã Maria Luisa Berzosa Gonzalez, da Espanha, e a Irmã Nathalie Becquart, da França.
Além delas, foram nomeados dois consultores homens: os reverendos Giacomo Costa e Rossano Sala.