Boneco inflável de Lula reaparece após investimento de R$ 2 mil em cerca e seguranças
Cinco seguranças e um gradil foram contratados por cerca de R$ 2 mil e levados para isolar o boneco do público na av. Paulista
Depois de sofrer um ataque e ser rasgado na sexta-feira, o Pixuleko, boneco inflável do ex-presidente Lula vestido de presidiário, reapareceu no domingo (30) consertado e com esquema de segurança reforçado. Cinco seguranças e um gradil foram contratados por cerca de R$ 2 mil e levados para isolar o boneco do público na avenida Paulista.
“Se a gente não fizer isso a petralhada ataca de novo”, afirmou Carla Zambelli, líder do movimento. O Pixuleko foi inflado na altura da alameda Ministro Rocha de Azevedo, na frente do prédio onde funciona TCU (Tribunal de Contas da União) em São Paulo, para pressionar o tribunal a agilizar a análise de supostas irregularidades na conta do governo Dilma em 2014.
Líderes dos movimentos pró-impeachment também recolhiam assinaturas para um manifesto contra a corrupção. Para animar os manifestantes, que se aglomeravam em torno do boneco e em cima da ciclovia da Paulista, a organização providenciou um alto falante que era usado para fazer discursos contra Dilma e Lula e tocar músicas diversas.
A trilha sonora foi do hino brasileiro a adaptações de músicas famosas. A letra de “Faroeste Cabloco”, da Legião Urbana, foi modificada para criticar o escândalo na Petrobras. Os organizadores se revezavam no microfone para cantar junto com as gravações.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi cercado e xingado na avenida Paulista, na manhã deste domingo. Ele fazia uma caminhada junto com um amigo, que estava de camisa vermelha, e foi reconhecido por manifestantes.
Por volta das 13h, manisfestantes pró-Dilma foram ao local e gritaram pedindo que o boneco fosse retirado. Alguns chegaram a trocar socos com opositores do governo antes de serem separados pela PM. Depois da intervenção da polícia, os dois grupos passaram a se xingar e alternar gritos de guerra.
No microfone, Heduan Pinheiro, do Movimento Brasil Melhor, pediu que os apoiadores do governo se manifestassem em outro local. “Não queremos conflito, estamos só protestando contra a corrupção. Se quiserem, façam um boneco gigante também e vão protestar”.
O ato foi oficialmente encerrado por volta das 14h com a execução do hino nacional e gritos de “Viva a PM”. “Vai gritar isso em Osasco”, responderam os apoiadores do governo, em referência à chacina que deixou 19 mortos na cidade e, suspeita-se, pode ter sido promovida por policiais.
Depois do encerramento, os presentes continuaram discutindo separados pela PM. O boneco de Lula não é algo novo na história da política brasileira. Em 1998, Fernando Henrique Cardoso também foi representado por um boneco de 12 metros de altura – tamanho parecido com o do Pixuleco – produzido pela CUT.
Ministro da Justiça é vaiado e xingado por manifestantes
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi hostilizado com xingamentos e vaias por um grupo de manifestantes. “É legítima a manifestação democrática, mas acho errado quando tem xingamento e intolerância”, disse o ministro.
Cardozo não passou perto do protesto, que teve o boneco em alusão ao ex-presidente Lula, sendo abordado pelos manifestantes na Paulista, enquanto seguia para o condomínio Conjunto Nacional.
O ministro, que estava sem seguranças, decidiu atravessar a rua para evitar a manifestação, Mas foi visto por um grupo que correu em direção a ele e passou a protestar com gritos de “Fora, PT”, “Fora, Dilma” e “Pega ladrão”. Alguns gritavam palavrões. Ele então caminhou até a livraria Cultura.
Lá, acabou conversando com outros manifestantes que acusavam o governo de ter fraudado as eleições e que criticavam a gestão da presidente Dilma Rousseff.
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Por Estadão Conteúdo