Ronda: “Deixar o cinturão no Brasil é um gesto pequeno. Queria fazer mais”
De férias, campeã do peso-galo feminino do Ultimate diz que ficou tocada pelas crianças do Instituto Reação e que tem aproveitado os dias no Rio como turista
a semana passada, antes de enfrentar Bethe Correia, Ronda Rousey declarou à imprensa que deixaria o cinturão no Brasil. Nesta terça-feira, já com o triunfo assegurado após nocautear a brasileira em apenas 34 segundos na luta principal do UFC 190, realizado no último sábado, a campeã do peso-galo feminino do Ultimate cumpriu a promessa em uma visita ao Instituto Reação, organização não governamental criada pelo ex-judoca Flávio Canto, na Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro.
O próprio Flávio Canto afirmou que considerava loucura ela deixar algo tão importante em sua ONG, mas a americana considerou isso “um gesto pequeno” e revelou a vontade de poder ajudar ainda mais.
– Queria deixar o cinturão neste lugar. Realmente queria retribuir ao instituto pelas vezes que vim aqui. Eles tocaram muito o meu coração, e essa foi a forma que encontrei de retribuir. É um gesto pequeno porque eu queria fazer muito mais. A recepção que eu tive… Acho que eu nunca vou conseguir retribuir. As crianças me inspiram muito, porque elas trabalham duro. Por isso que achei certo que o cinturão que eu ganhei no Brasil ficasse no Brasil. Acho que ele tem um destino melhor aqui do que juntando poeira na minha casa. Aqui, ele vai ser algo para as crianças olharem. Por isso eu trouxe a minha mãe. Ela estava comigo quando eu fui campeã mundial de judô. Foi ela quem me colocou nisso. É muito importante ela ver o quanto estou orgulhosa – afirmou Ronda, que no ano passado doou US$ 30 mil para o Reação.
Feliz pelo carinho recebido dos alunos do instituto, Rousey lembrou dos presentes que recebeu em sua última visita ao local.
– O que mais me tocou no Brasil é difícil de dizer. Na ultima vez que estive aqui, as crianças me trouxeram pôsteres, coisas assim, me receberam de um jeito… parecia que o meu coração ia pular do meu peito. Ainda tenho os pôsteres em casa, cheios de purpurina. Eu só queria devolver um pouco o sentimento que elas me fizeram sentir naquele dia – declarou, enquanto sua mãe, a ex-judoca AnnMaria de Mars, mostrava orgulho da atitude da filha.
– Estou muito orgulhosa da Ronda e do Flávio. Ganhar títulos é legal. Mas o que realmente faz diferença é mudar o futuro dessas crianças. Isso é incrivelmente importante. Acho que é maravilhoso. Isso me deixa muito orgulhosa . Ela não é só uma pessoa com uma medalha, com um cinturão. Ela encoraja as pessoas, encoraja as crianças. Haverá outros medalhistas no ano que vem. Bem, não vai ter outra campeã de MMA por um longo tempo… Mas essas crianças vão lembrar da Ronda para sempre – elogiou AnnMaria.
De férias no Rio de Janeiro, a americana revelou que fez alguns programas de turistas na cidade, regados a “muitas caipirinhas” e explicou que não levou seu quimono para o Instituto Reação para que sua mãe não a forçasse a treinar.
– Levei a minha família para ver o Cristo Redentor e outras coisas de turistas. Deitei no sol, li um livro, bebi muitas caipirinhas. Amanhã só quero aproveitar a luz do sol, aproveitar a minha família. É isso. Não vim com meu quimono de judô porque a minha mãe iria me obrigar a treinar, antes de ir embora. Então eu vim relaxada. Seria um desrespeito vestir o quimono como se fosse uma simples roupa, sem treinar. Hoje eu estou de folga – disse.
Sem muita vontade de falar sobre MMA, Ronda se esquivou de perguntas sobre Cris Cyborg e Bethe Correia.
– As horas antes da luta foram estressantes, mas uma das principais coisas que aprendi no judô é que luto melhor quando estou sob estresse. Não sei se Bethe e eu vamos lutar novamente no futuro. Vamos ver se ela vai conseguir algumas vitórias depois disto – concluiu.
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Por Combate.com