Atletas militares vão aos Jogos Mundiais e projetam Brasil no esporte internacional
Parceria entre ministérios da Defesa e do Esporte incentiva profissionalização de atletas de alto rendimento
Bernardo Oliveira, 22, e Iris Tang Sing, 25, encontraram nas Forças Armadas o caminho para a realização de suas ambições. Foi na Aeronáutica e no Exército, respectivamente, que os dois conseguiram se estabilizar no esporte profissional.
Ambos estão entre os beneficiados do programa Atletas de Alto Rendimento, fruto de uma parceria entre o Ministério da Defesa e o Ministério do Esporte. A iniciativa tem como objetivo incentivar atletas a integrar o quadro das Forças Armadas, com o benefício de serem custeados pela instituição para se dedicarem integralmente às modalidades que praticam.
O convênio garante R$ 15 milhões do Ministério da Defesa e outros R$ 25 milhões em investimentos do Ministério do Esporte. Na prática, os atletas recebem apoio das Forças Armadas para impulsionar suas carreiras e a imagem do País no cenário esportivo internacional.
Oliveira, profissional de Tiro com Arco, e Iris, atleta de Taekwondo, embarcaram recentemente para a República da Coreia. Eles vão representar o Brasil nos Jogos Mundiais Militares, que acontecem entre 2 e 11 de outubro no país asiático.
A delegação brasileira conta com 286 atletas de todas as modalidades, sendo 177 homens e 109 mulheres das três Forças: Marinha, Exército e Aeronáutica.
O programa contempla 23 modalidades olímpicas e o incentivo faz parte de um esforço do governo federal para que atletas brasileiros tenham boa colocação nas Olimpíadas do Rio em 2016 porque o desempenho nos jogos militares influencia na pontuação de cada atleta. Com isso, eles podem ser selecionados para representar o País nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
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Sargento do Exército, Iris não hesita ao ser questionada sobre qual a importância do incentivo do programa. “Eu não estaria onde estou hoje. Está muito difícil conseguir patrocínio”, afirma. “Para ser atleta profissional, não há segredo. É preciso treinar e se dedicar, não desistir. Não é fácil, mas também não é impossível”.
Iris conseguiu o quarto lugar no ranking mundial e, somente neste ano, já faturou medalhas no Egito, Israel, Canadá, Rússia, Estados Unidos, México e Argentina.
Já Bernardo Oliveira, medalha de bronze em Toronto, no Canadá, lembra emocionado quando, com apenas 15 anos, faturou sua primeira medalha. “Foi muito legal tão jovem faturar uma medalha na categoria adulto”.
Praticante do Tiro com Arco desde 12 anos, hoje o sargento da Aeronáutica tem estabilidade para treinar. “É difícil colocar em palavras. Quando represento o Brasil, penso em todo esforço, horas de treinamento, suor e sacrifício em busca do resultado”, resume.
Chefe da delegação brasileira que irá participar dos 6° Jogos Mundiais Militares na República da Coreia, o brigadeiro Carlos Augusto Amaral ressalta que o desempenho do Brasil vem melhorando, ao longo dos últimos anos, nos Jogos Mundiais Militares, cuja primeira edição foi em 1995.
Do 36º lugar na primeira edição, em Roma (Itália), o Brasil saltou para o primeiro lugar nos 5º Jogos Mundiais Militares, realizados no Rio de Janeiro, em 2011. “A meta que o Ministério da Defesa estabeleceu é ficar entre os cinco primeiros no quadro de medalhas nesses jogos militares que começam agora a partir do dia 2 de outubro, na Coreia”, prevê o brigadeiro Amaral.
Atletas de carreira
Atualmente 708 militares integram o Programa Atletas de Alto Rendimento. Entre eles está o tenente-coronel Emerson Duarte, da modalidade de Tiro. Representar o Brasil em competições como os Jogos Mundiais Militares na Coreia significa, para ele, muita responsabilidade.
“Nossa equipe é forte para brigar por medalha”, aposta o atleta que começou no esporte em 1995 e não imaginava se transformar em uma referência brasileira e mundial. “A disciplina militar ajuda você a se dedicar ao esporte, ter foco”.
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Por Portal Brasil