Equipe brasileira do 4-man do bobsled estreia nesta sexta em PyeongChang

Meta de Edson Bindilatti, Edson Martins, Odirlei Pessoni e Rafael Souza é chegar entre os 20 primeiros trenós
A reta final dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang 2018, na Coreia do Sul, terá novamente brasileiros em competições. A partir de 21h30 (horário de Brasília) desta sexta-feira (23.02), serão realizadas as duas primeiras baterias do 4-man do bobsled (trenó de quatro pessoas). No sábado (24.02), no mesmo horário, começam as duas baterias finais. Na disputa olímpica, 30 trenós fazem três descidas e, com o tempo acumulado, os 20 melhores fazem uma quarta e última tentativa – e só então define-se a classificação final.
A equipe está na Coreia desde o início de fevereiro. Edson Bindilatti (piloto), Ordirlei Pessoni, Edson Martins, Rafael Souza e o reserva Erick Vianna tiveram um cotidiano de treinos e ajustes no Olympic Sliding Centre, a instalação que abriga a pista de concreto coberta por gelo.
A principal meta do país na modalidade é alcançar a quarta descida. A retrospectiva das últimas semanas mostra que o objetivo é viável: o quarteto terminou os últimos treinos à frente do atual trenó campeão mundial, pilotado por Johanns Lochner, da Alemanha.
O presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Matheus Figueiredo, está animado com as chances de sucesso do time verde e amarelo. “Temos que trabalhar a consistência e fazer quatro boas descidas. No evento-teste da pista, em 2017, a diferença do primeiro para o 22º lugar, que fomos nós, foi de oito décimos de segundo. Com quatro décimos a menos, ficaríamos no Top 10. Queremos chegar entre os 20, mas sabemos que temos performance para ficar no Top 15 aqui em PyeongChang”, afirma Figueiredo.
“O 4-man é o nosso ponto forte. Os treinos e a competição que fizemos com o 2-man e todos os treinamentos do 4-man nos deram experiência na pista”, acrescentou. “Nossa meta é ficar entre os 20 melhores e fazer a quarta descida. Nos últimos quatro anos, tivemos um salto incrível de qualidade. Saímos de ranking perto de 70 e chegamos a alcançar a 16ªposição do mundo. Isso mostra que a possibilidade é real”, finalizou Bindilatti, que esteve presente nas três edições olímpicas em que o 4-man do Brasil disputou. Apenas em Sochi ele assumiu a pilotagem. Antes de PyeongChang, o 4-man do Brasil desceu em Salt Lake City 2002 (27º lugar), Turim 2006 (25º lugar) e Sochi 2014 (28º lugar).
“Foram quatro excelentes descidas durante os treinos oficiais. Estou bem adaptado à pista, o push (momento de empurrar o trenó) foi muito bom. Agora é trabalhar nas lâminas e no ajuste do trenó. Vamos deixá-lo prontinho para a competição”, afirmou Bindilatti, que foi o porta-bandeira da delegação brasileira na Cerimônia de Abertura dos Jogos de Inverno.
Em PyeongChang, o Brasil participou pela primeira vez da competição do 2-man (trenó de duas pessoas). Edson Bindilatti e Edson Martins terminaram a prova na 27ª colocação entre as 30 equipes. Eles fizeram o tempo total de 2min30s71, em descidas de 50s14, 50s22 e 50s35.
Acompanhe um passeio a pé ao lado da pista de bobsled na Coreia do Sul
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Os trenós são feitos de uma combinação de metais leves e primam pela aerodinâmica. O do categoria 4-man pode chegar a 3,8 metros e o da 2-man não passa de 2,7 metros. Durante a descida, a velocidade máxima por vezes alcança 150 km/h e os atletas podem sofrer a pressão de força de até 5G.
No 4-man, o piloto empurra o trenó por 20 metros e pula antes para dentro do cockpit. Em seguida, os pushers 2 (que fica à esquerda do trenó, logo atrás do piloto) e 3 (à direita do trenó) também entram e ficam em posição intermediária. Quando o quarto atleta (que empurra por trás do trenó e é denominado brakeman, por ser responsável por frear o trenó) entra, ele dá um aviso e todos ficam na posição de descida. No 2-man, o piloto empurra pelo lado esquerdo e o brakeman empurra por trás. O momento da largada é chamado de push. Nos 50 metros disponíveis para a tração, o trenó alcança cerca de 40 km/h. Na descida, a aerodinâmica, a destreza do piloto e a força da gravidade fazem a velocidade alcançar 150 km/h.
As pistas são de concreto e cobertas por gelo. Elas devem ter entre 1.200 e 1.300 metros e possuir pelo menos 15 curvas. O piloto precisa ter todo o trajeto memorizado para acelerar o reflexo a cada instante.
Por Rede do Esporte