Brasil frusta festa argentina em ginásio lotado e vai disputar o ouro contra a Rússia no futsal
Torcida local bem que tentou empurrar os hermanos, mas brasileiros conseguiram segurar a pressão, fizeram 3 x 2 na semifinal e agora vão em busca do ouro inédito na quinta-feira
Brasil x Argentina, em Buenos Aires, valendo vaga na final, com as arquibancadas lotadas da torcida local: os ingredientes de um superclássico das Américas estavam todos presentes. Para apimentar a rivalidade, a partida válida pelas semifinais do futsal nos Jogos Olímpicos da Juventude caiu na véspera de um confronto entre as seleções principais de futebol. E, pelo menos no primeiro confronto, deu Brasil: 3 x 2.
Os argentinos chegaram cedo ao Parque Tecnópolis, na segunda-feira (15). Já na primeira semifinal – disputada duas horas antes, em que a Rússia venceu o Egito -, os gritos, cânticos e batidas de pés de 6.500 pessoas formavam um barulho ensurdecedor dentro do ginásio, anunciando o que o Brasil teria pela frente.
Todo o cenário, contudo, só serviu para compor um espetáculo que terminou com vitória e festa dos brasileiros. “Não poderia ser melhor. A gente trabalhou bastante para esse momento. Gostamos de jogo grande”, disse Breno. “Eu nunca tinha jogado para tanta gente, ainda mais contra. Mas quem joga são os jogadores”, disse Yuri. “Estava cheio, né? Muito argentino. Mas pode ter três mil, 20 mil, em quadra é 5 contra 5. Pode ter o país deles inteiro aqui, em quadra vai ser sempre 5 contra 5”, completou Wesley.
O treinador Daniel Júnior saiu satisfeito porque os meninos conseguiram se reorganizar mesmo depois das oscilações emocionais e de alguns momentos ruins. “Tivemos bons e maus momentos, mas essa energia do jogo é legal para caramba. Quem quer ser jogador gosta de viver esse momento”, disse.
Para ele, no entanto, já é hora de pensar na Rússia: o jogo do ouro está marcado para quinta-feira (18.10), a partir das 13h, novamente no Parque Tecnópolis. “Nós temos uma final para jogar. Ganhamos a semifinal, que é legal, mas temos a final para jogar. A gente vai ver todos os jogos da Rússia, fazer todas as estatísticas deles, se preparar, fazer o melhor que a gente pode, e o resultado vamos ver no fim. Claro que a gente quer o ouro, mas acho que não é pressão, é uma alegria estar na final dos Jogos da Juventude”.
O Brasil estreou em Buenos Aires justamente contra a Rússia, e venceu por 6 x 1. Agora, entretanto, a história é outra. “Agora é final, não é mais primeiro jogo da fase de grupos. Temos que colocar a cabeça no lugar, porque em alguns momentos a gente se deixa levar muito pela emoção. Mas quando a gente controla, a gente consegue jogar”, analisou Wesley. “Queremos o ouro”, resumiu Breno.
O jogo
Em quadra, os brasileiros abriram o placar com menos de um minuto de jogo, quando o pivô Guilhermão girou bonito e bateu cruzado. A ducha de água fria nos argentinos permitiu que os brasileiros controlassem o jogo sem muita dificuldade. Tanto que, numa roubada de boa, Guilhermão partiu no contra-ataque e serviu a João Victor: Brasil 2 x 0.
Com a vantagem ainda maior no placar, a Seleção relaxou um pouco e os argentinos foram para cima. O primeiro gol dos anfitriões acabou saindo em um tiro livre direto, depois que o Brasil chegou à sexta falta. A torcida Argentina voltou a se inflamar e o jogo foi para o intervalo com o placar de 2 x 1.
A situação brasileira se complicou quando, com um minuto do segundo tempo, Santiago Rufino acertou um chutaço no ângulo esquerdo do gol defendido por Françoar após uma cobrança de escanteio: 2 x 2. O estádio então virou uma espécie de mini Bombonera, tão fervente quanto o famoso caldeirão do Boca Juniors.
Os argentinos provocaram, os brasileiros ficaram nervosos, teve bola na trave verde e amarela, defesa fantástica do potiguar Françoar, reclamação com a arbitragem, mas o placar continuava o mesmo. Até que, aos oito do segundo tempo, Breno aproveitou uma cobrança de escanteio e chutou cruzado para recolocar o Brasil na frente: 3 x 2.
Novamente com a vantagem no placar, os brasileiros acalmaram os ânimos e passaram a cozinhar a Argentina, armando um bloqueio para impedir tanto as infiltrações quanto os chutes de média e longa distância. Cada vez mais nervosos, os argentinos erravam passes e não conseguiam furar o bloqueio brasileiro nem com a adoção do goleiro-linha. Nos últimos minutos, os argentinos tentaram as últimas cartadas, com chutes que pararam em Françoar. E a partida terminou mesmo com festa brasileira em Buenos Aires.
Por Rede do Esporte