Lagoa Rodrigo de Freitas dá a atletas oportunidade de remar em águas naturais ao pé do Cristo e ao som de buzinas
Estádio da Lagoa: cenário único no coração do Rio para atletas e espectadores dos Jogos Olímpicos
Quando a equipe de remo da Austrália colocou seu barco na água para o primeiro treino no Estádio da Lagoa, os atletas sabiam que estavam prestes a remar em um local único, não só pela beleza da região como também pela agitação da cidade.
“É bem legal ter o Cristo Redentor olhando para cá enquanto estamos remando”, disse James McRae, da modalidade four-skiff masculino. Já seu parceiro de barco, Cameron Girdlestone , diz adorar o fato de a arena de disputa ter sido montada no meio da cidade. A maioria delas normalmente fica em locais tranquilos ou na periferia, mas o cenário em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas é bem mais agitado. “Há muita coisa acontecendo em torno do local”, disse ele. “Dá para ouvir carros passando, buzinas e ambulâncias. Não há muitos locais de prova assim no mundo.”
Mas não é só isso que faz da Lagoa um local de prova tão especial. Ao contrário de muitas competições de remo e canoagem recentes, as raias montadas ali são naturais, o que faz muita diferença para os atletas. “Nós competimos em muitos cursos d’água criados por homens. Estar perto do mar influencia muito a prova,” explica Sally Kehoe, que compete no double skiff feminino com Genevieve Horton. “O vento será um fator aqui e isso é bom”, avalia.
Apesar do ânimo da atleta, os ventos são um desafio a mais. Os atletas já sentiram na segunda-feira a força dos ventos e a sessão de treinos teve que ser cancelada. Mas equipes como a da Austrália dizem que não serão surpreendidas pelas fortes rajadas nem pela água salgada, que pode afetar a flutuação, pois já treinaram em condições similares durante a preparação.
No dia da prova, as equipes farão mudanças de última hora, como ajustes no comprimento dos remos, para tentar sair na frente dos adversários. “Não dá para controlar o clima”, disse Girdlestone. “É preciso prestar atenção o tempo todo. Não podemos deixar as condições climáticas controlarem o que estamos fazendo no nosso barco.”
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Por Rio 2016